"Realçar o passado de nossa terra e suas tradições, enriquecendo destarte o relicário histórico do município onde nascemos, constitui, assim supomos, dever de nobre patriotismo" José de Almeida Maciel.
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sábado, 24 de dezembro de 2016
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
PESQUEIRA DE 1800- A FAZENDA, O FUNDADOR E SUA GENTE. Por Marcelo O. do Nascimento
AMIGOS (AS) LEITORES(AS)
Replico a seguir o artigo de apresentação do livro Pesqueira de 1800, do amigo pesquisador Marcelo O. do Nascimento. É uma excelente obra que ora está sendo lançada, já tive a oportunidade de le-lo, o que fiz em um único dia pois, não consegui parar antes do final.
Sobre este livro gostaria de fazer um breve comentário sobre minhas impressões: constitui-se numa obra que traça com propriedade o período inicial da formação de Pesqueira, tendo uma riqueza de detalhes que impressiona, seja na descrição das costruções arquitetônicas, seja no embasamento das informações e as fontes históricas apresentadas.
Em suma, Marcelo elaborou uma obra técnica, dinâmica e moderna, em todas as 278 páginas há o convite ao leitor para que interprete o que está lendo e se envolva diretamente na história, algo que poucos escritores conseguem. Só tenho a parabenizar o amigo e indicar para que outras pessoas possam ter acesso a nossa história e sentir o prazer que tive, me apaixonei pelo Pesqueira de 1800.
"Depois de cinco anos organizando fontes e fazendo anotações, chega ao fim o trabalho que resultou no livro Pesqueira de 1800 – A fazenda, o fundador e sua gente. Essa é uma obra diferente das anteriores, é a primeira na qual falo da história de Pesqueira de uma forma linear, começando com a povoação de parte do sertão, incluindo a área da fazenda Jeritacó, de Pantaleão de Siqueira Barbosa, passando pelo surgimento da fazenda Pesqueira, de Manuel José de Siqueira (filho de Pantaleão), até chegar a sua elevação a vila e sede do município de Cimbres.
Até agora foi o trabalho mais difícil de ser feito, devido principalmente à falta de fontes primárias. No entanto, bons ventos vindos dos Estados Unidos salvaram a pesquisa, impressionantemente. Os ventos vindos daquele país chegaram na forma do acervo digital da Universidade da Flórida, de onde consegui extrair muitas informações até agora desconhecidas sobre Pesqueira e sua rival, a fazenda Poço dos Patos. São capítulos que renderiam facilmente uma novela, nos quais se vê guerras políticas, tragédias familiares, torturas e assassinatos. Aqui se revela um passado pesqueirense violento e sem esperança, mas que, como de praxe, nos dá grandes lições.
Na verdade, o livro é fruto de um trabalho de leitura e pesquisa iniciados muitos anos atrás, mas que só há pouco tempo foi ganhando corpo até chegar ao que agora se apresenta. Sabemos que é apenas uma pequena parte da grande história de Pesqueira, mas ficamos com a expectativa de que seja um passo para uma caminhada muito maior.
O livro contem 308 páginas, conta com fotografias e está a venda pelo site do Clube de Autores, no link abaixo".
Para comprar o livro, acesse o Clube de Autores pelo link: http://www.clubedeautores.com.br/book/220041--Pesqueira_de_18?topic=geografiaehistoria#.WBS-h9zXLIU
Por Marcelo do Nascimento. Leia mais em: http://pesqueirahistorica.blogspot.com/2016/11/pesqueira-de-1800-fazenda-o-fundador-e.html#ixzz4R1nTK1sg
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
A EMANCIPAÇÃO DO DISTRITO DE MIMOSO (PESQUEIRA/PE) - 1ª parte
No Distrito de Mimoso em 23/07/1930 nasceu Apolinário Pessoa de Siqueira (o popular “Xinxa”), filho de Antônio de Siqueira Cavalcanti e Maria Pessoa de Siqueira.
Apolinário
fez fama no sertão pernambucano como plantador de cebola e tomate nas Fazendas
Xinxa, Cajueiro e Lagoa Branca na Vila de Assunção do município de Cabrobó. Tendo
por isso o título popular de Rei da Cebola.
Por
conta do seu prestígio tornou-se influente na política elegendo-se por três vezes
Deputado Estadual, a primeira foi em 07/10/1962 quando candidatou-se pelo PR
(Partido Republicano) e teve 3.008 votos, destes 906 foram em Pesqueira. Vale
ressaltar que pelo mesmo partido elegeram-se mais dois deputados com ligações
pesqueirenses: Luiz Neves (prefeito a época de Pesqueira) e Lívio Valença
(médico radicado em São Bento do Uma e cujos pais eram naturais de Pesqueira).
Assumindo
seu primeiro mandato no legislativo pernambucano em 1963, um dos seus primeiros
projetos de lei foi o de Nº 117/1963
que emancipava Mimoso, desmembrando-o de Pesqueira e com isso criando um novo município,
vejamos o que dizia:
1963
– PROJETO N. 117
EMENTA:
Cria Município.
ART.1º
- Fica criado o Município de Mimoso, atual Distrito de Pesqueira, do qual fica
desmembrado.
ART.
2º - O novo Município será constituído do atual distrito e obedecidos os seus
atuais limites.
ART.
3º- As exigências legais para a constituição do mesmo serão oportunamente
satisfeitas perante a Comissão de Negócios Municipais, desta Assembleia Legislativa,
antes da última discussão e votação da matéria.
ART.
4º - A presente lei, entrará em vigor em 1º de janeiro de 1964, juntamente com
a Lei de Organização Administrativa e Judiciária do Estado para o quinquênio 1964/1969,
revogadas as disposições em contrário.
JUSTIFICAÇÃO:
O
atual distrito de Mimoso, do Município de Pesqueira, há muito que anseia pela
sua emancipação política e econômica de modo a dispor de melhores meios para adquirir
o seu progresso.
De
acordo com o que estabelece a Lei de Organização Municipal e a Constituição do
Estado de Pernambuco possui o referido distrito amplas possibilidades para
reivindicar a sua autonomia, o que terei a satisfação de provar oportunamente
perante o órgão competente da Casa. Dispensando maiores justificações desde que
o mesmo encontra apoio na lei, nada mais justo que este projeto receba o necessário
apoio, dos pares desta augusta Assembleia Legislativa.
S.S.,
em 4.4.63
a)
Apolinário de Siqueira
Após
sua tramitação nas comissões específicas foram acrescentadas duas Emendas
Aditivas ao projeto incorporando o povoado de Ipanema (Pesqueira) e o distrito
de Ipojuca (Arcoverde) ao novo município de Mimoso.
[...]
EMENDA ADITIVA: Autoriza o Poder Executivo a incorporar ao território do
município de Mimoso o Povoado de Ipanema, desmembrado pelos seus limites
naturais, do município de Pesqueira. [...] Sala das Seções, em 1 de outubro de
1963. a) Apolinário de Siqueira. À publicar[ii].
[...]
EMENDA ADITIVA: Autoriza o Poder Executivo a incorporar ao território do
município de Mimoso o Distrito de IPOJUCA. – Pertencente ao Município de
Arcoverde. [...] Sala das Seções, em 11.10.1963. aa) Apolinário de Siqueira. Romão
Sampaio. Geraldo Pinho Alves. Olympio Mendonça. Pedro Duere. Nivaldo Machado.
Olímpio Ferraz. Salviano Machado, Antônio Lucena. Fábio Correa. Sílvio Pessoa.
Joselito Padilha. Antônio Luís Filho. Airon Rios. Luiz Neves. A publicação[iii].
Tendo
tramitado por quase um ano na Assembleia Legislativa de Pernambuco, o projeto
Nº 117/1963 foi rejeitado em votação ocorrida na reunião da Comissão de
Negócios Municipais, realizada no dia 13 de dezembro de 1963. Conforme comprova
o trecho da Ata transcrito a seguir:
[...]
Abertos os trabalhos, às 20 horas, foi constatada a presença dos srs. Deputados
Osvaldo Coelho, Edson Mouri Fernandes, Gervásio Pires, Roberto Phaelante, Josué
Pinheiro, Almany Sampaio, Adauto José de Melo e Olímpio Mendonça. [...] Com a
palavra, o sr. Deputado Roberto Phaelante oferece parecer contrário à
emancipação do distrito de Mimoso, sendo acompanhado pelos presentes. [...]
Sala das Comissões aos treze (13) dias do mês de dezembro de 1963. A PUBLICAÇÂO[iv].
À época, se o projeto de emancipação tivesse sido
aprovado, o município de Mimoso contaria com uma população de 3.452 pessoas, no
entanto, a proposição do deputado mimosense não teve o apoio necessário para
sua aprovação.
Quanto
ao Deputado Apolinário Siqueira, o mesmo exerceu três mandatos nas legislaturas
de 1963/1966, 1967/1970 e 1971/1974. Faleceu no Hospital Santa Joana no Recife/PE
em 17/08/1998.
Por
Fábio Menino de Oliveira.
[i] Diário Oficial do Estado de Pernambuco,
Ano XL, Nº 79, Recife, sexta-feira, 5 de Abril de 1963, p. 323.
[ii] Idem, Ano XL, Nº 221, Recife, quinta-feira,
3 de Outubro de 1963, p. 1460.
[iii] Idem, Ano XL, Nº 230, Recife, domingo, 13
de Outubro de 1963, p. 1563.
[iv] Idem, Ano XLI, Nº 8, Recife, sábado, 11
de Janeiro de 1964, p.46.
sábado, 15 de outubro de 2016
ENTREVISTA NA RÁDIO URUBÁ FM
HOJE, 15 DE OUTUBRO DE 2016 ESTIVE CONCEDENDO UMA ENTREVISTA AO PROGRAMA PERFIL PESQUEIRENSE DA RÁDIO URUBÁ FM 104.9, QUERO AGRADECER AO CONVITE, AOS OUVINTES E A JOTA SOBRINHO E EVALDO ANDRADE.
NÃO PODERIA DEIXAR DE COMPARTILHAR ESSA MAGNÍFICA E HONROSA EXPERIÊNCIA COM MEUS AMIGOS E AMIGAS LEITORES DESTE BLOG.
NÃO PODERIA DEIXAR DE COMPARTILHAR ESSA MAGNÍFICA E HONROSA EXPERIÊNCIA COM MEUS AMIGOS E AMIGAS LEITORES DESTE BLOG.
ABAIXO SEGUEM OS LINKS PARA OUVIREM A REFERIDA ENTREVISTA, É SÓ COPIAR E COLAR NO NAVEGADOR.
https://soundcloud.com/user-814496132/entrevista-radio-uruba-fm-15102016-1parte
https://soundcloud.com/user-814496132/entrevista-radio-uruba-fm-15102016-2-parte
https://soundcloud.com/user-814496132/entrevista-radio-uruba-fm-15102016-3-parte
Por Fábio Menino de Oliveira.
quarta-feira, 12 de outubro de 2016
CHUVAS FORTES ATINGEM O DISTRITO DE MIMOSO (PESQUEIRA-PE) NO ANO DE 1924
Rua do Comércio do povoado de Mimoso em 1925, foto do Álbum da Adm. Cândido de Brito 1923/1925. |
Transcreverei
a seguir uma notícia publicada no Diário de Pernambuco de 12 de
junho de 1924i
que trata dos graves danos ocasionados em Mimoso por conta das fortes
chuvas ocorridas entre os dias 16 (sexta-feira) e 17 de maio
(sábado). Eis a notícia na íntegra:
O
“Diário” nos Municípios.
PESQUEIRA.
DE
MIMOSO:19-V-924. - Vem ocasionando grandes prejuízos o nosso
inverno. As chuvas têm caído fortes, e constantes. Na sexta-feira e
no sábado, tivemos pesados aguaceiros, caindo nas imediações deste
povoado diversas trombas d'água. As ruas da estação e do comércio,
ficaram intransitáveis no momento das chuvas.
Desde
o mês passado, porém num crescente assustador, o pequeno rio
Ipanema, que margeia este povoado, tem descido com cheias anormais,
sendo que a observada no sábado, ultrapassou cerca de 2 metros do
nível da maior enchente conhecida, alargando a rua do “Emboca”,
(lado baixo) nessa rua as águas subiram a altura de ½
metro.
A
impetuosidade da torrente, fez desabar uma casa onde residia uma
pobre velha e arrastou lavouras, árvores e etc.
À
tarde fica nublada, porém não aterroriza a suposição de tal
catástrofe. Às 15 horas começou a chover fortemente, com
fragorosos trovões e fuzilantes relâmpagos.
Aproximadamente
uma hora depois, ouviram-se
os primeiros gritos de alarme: as águas do rio invadiram as casas em
ondas que cresciam aos palmos!
Tomada
de pânico ante a repentina inundação a população ribeirinha
abandonou precipitadamente os seus lares, em busca de abrigo,
conduzindo crianças no colo, e transportando móveis que iam
acumulando nos altos.
Graças
à Providência, pouco antes das 20 horas, cessou o temporal,
entrando a enchente em rápido declínio não havendo desastre
pessoal.
Os
serviços de salvação foram dirigidos com atividade digna de
registro pelo 2º sargento da Força Pública Leopoldino Eloy de
Almeida, subdelegado de Polícia, auxiliado por muitas outras pessoas
gradas, e soldados do destacamento local.
Na
fazenda de propriedade do sr. major Luís Tenório, que dista deste
povoado 3 kilômetros, e que fica situada na margem da linha da
“Great Western”, em consequência das grandes chuvas, arrombou-se
o grande açude ali existente, carregando a ponte que media 20 metros
de comprimento e um grande
aterro, ficando os trilhos e dormentes suspensos, interrompendo deste
modo o tráfego de trens, não se registrando um grande desastre no
trem de passageiros que se destinava a Rio Branco, por ter sido
evitado pelo major Tenório, mandando incontinente um portador a
cavalo avisar ao chefe da estação de Ipanema o enorme perigo, pois
isto verificou-se às 17 horas do sábado, (hora da passagem do
passageiro pelo local) já se encontrando o referido trem naquela
estação, sendo por este motivo o major Luís Tenório alvo de uma
grande manifestação em sua fazenda por todos os passageiros que
para lá se transportaram a fim de agradecer o seu gesto de
humanidade poupando a vida de muitas pessoas, inclusive de famílias
que viajavam no referido comboio, crianças, etc.
O
major Cândido de Brito, prefeito do município de Pesqueira, foi
quem mais sofreu com a enorme cheia, tendo um prejuízo superior a 30
contos de réis.
Entre
os fatos principais da
referida notícia deve-se
destacar: 1-As
inundações ocorridas no então povoado de Mimoso atingindo a rua da
Emboca, que deveria ser a
parte baixa do lugar, além disso fala das outras duas ruas ali
existentes: Rua da Estação e Rua do Comércio; 2-O
arrombamento de um açude na Fazenda Propriedade do major Luís
Tenório de Albuquerque e o consequente estrago de uma ponte da linha
férrea que só não vitimou várias pessoas por causa do ato do
major Tenório que mandara avisar na estação de Ipanema; e 3-Tal
enchente causou um grande prejuízo ao major Cândido de Brito que em
1924 arrendou uma parte da Fazenda Propriedade e fez uma das
primeiras plantações de tomates das Fábricas Peixe no município
de Pesqueira.
Por
fim, vale salientar que o inverno de 1924 foi muito rigoroso causando
estragos, principalmente, no povoado de Mimoso e na Fazenda
Propriedade, todavia, como vimos anteriormente os prejuízos foram
materiais não sendo registradas vítimas.
Por Fábio Menino de Oliveira
iDiário
de Pernambuco, quinta-feira, 12/06/1924, ano 99, nº 134, p.8
sábado, 16 de julho de 2016
A HISTÓRIA DE UMA LÁPIDE NO SÓTÃO DA MATRIZ DE CIMBRES
No último dia
14 deste mês estive junto com meu amigo Átila Frazão fazendo uma visita a
histórica e belíssima Vila de Cimbres, município de Pesqueira-PE, berço de mais
de 300 anos de uma história riquíssima.
Entre os lugares visitados, destaco a
Matriz de Nossa Senhora das Montanhas, construída provavelmente na década de
1670 após a instalação da missão de Ararobá pelos padres oratorianos da
congregação de São Felipe Néri, tendo passado por algumas reformas em 1852 e na
década de 1920, onde fora construída a torre frontal e as sacristias.
Dentre tantos
detalhes observados, teve um que me instigou a curiosidade a presença de uma lápide no
sótão acima da sacristia do lado direto da Matriz, com os seguintes dizeres:
RESTOS MORTAES DA PROFESSORA DE ALAGOINHAS D. JOAQUINA CORDEIRO DE JESUS ROCHA
FALLECIDA A 26 DE DEZEMBRO DE 1883 (ipsis litteris).
Mais quem
foi essa professora? Por que seus restos mortais estão no referido lugar? A partir desses questionamentos que me
fiz e que, certamente, a maioria das pessoas fariam, fui pesquisar.
É notório
observar que os sepultamentos eram feitos na Matriz até 1862 quando passou a
funcionar o cemitério público de Cimbres, sendo batizado como Cemitério São
Sebastião, um dos padroeiros da tricentenária vila. Todavia, pelo óbito
localizado da Joaquina Cordeiro de Jesus Rocha a mesma foi sepultada numa
catacumba no cemitério local e não na igreja. Vejamos o que diz dois registros
de seu falecimento por mim localizados:
Aos vinte e seis de
dezembro de mil oitocentos e oitenta e três, faleceu da vida presente,
recebendo todos os sacramentos da Igreja Romana, Joaquina Cordeiro de Jesus
Rocha, com idade de trinta e seis anos, professora pública da povoação
d'Alagoinha, casada com o professor público desta povoação de Cimbres Joaquim
Pedro da Rocha Pereira, e foi encomendada solenemente, e sepultada em uma
catacumba do cemitério público desta Povão e amortalhada de preto,
para constar mandei fazer este assento no qual me assino. Vigário Raphael Limai. (ortografia atualizada)
CIMBRES.- Escrevem-nos
em 21 de janeiro findo: […]Já essa conceituada Revista Diária noticiou o
prematuro falecimento da professora de Alagoinhas, D. Joaquina Cordeiro de
Jesus Rocha, e esposa do professor desta vila, que ficou assim viúvo e com
quatro filhos menores. Resta-nos acrescentar que no dia 3 deste mês teve lugar
a missa do sétimo dia com momento solene e depois a visita à catacumba do
cemitério pelo Revdm. Vigário, família da finada e amigos do mesmo professor; e
nessa ocasião após sufrágios da religião, o Sr. Quintino Aragão proferiu um
discurso necrológico, que muito sensibilizou o auditórioii. (ortografia atualizada)
Pelos
registros supracitados podemos notar o prestígio que os professores Joaquim Pedro da Rocha Pereira e sua
esposa Joaquina Cordeiro de Jesus Rocha detinham na comunidade cimbrense. Pelo
seu óbito teria nascido Joaquina no ano de 1847, possivelmente no Recife,
casaram na Matriz de São José, uma vez que em encontrei uma nota de jornal
sobre as denunciações de proclamas em 18 de janeiro de 1869iii.
A professora
Joaquina Cordeiro prestou exame de verificação de capacidade profissional para
o magistério primário do sexo feminino entre os dias 2 e 7 de outubro de 1873,
sendo aprovada pela antiga Secretária de Instrução Pública do estado de
Pernambucoiv.
Foi nomeada para exercer o magistério interinamente na cadeira do sexo feminino
de Lagoa dos Gatos em 04/02/1874v. Em 10/07/1882 foi nomeada pela
diretoria estadual de instrução pública como professora efetiva, sendo
encaminhada para lecionar em Água Brancavi (não localizei onde ficava esse
lugar).
No entanto,
conforme notícia transcrita abaixo esse encaminhamento ficou sem efeito e a
professora foi enviada para assumir a cadeira do sexo feminino do então povoado
de Alagoinhas, hoje cidade do mesmo nome e que pertencia ao município de
Cimbres, cuja sede administrativa já havia sido transferida desde 13/05/1836
para Pesqueira.
PARTE OFICIAL. Governo
da Província. […] Expediente do dia 19 de agosto. Atos: - O presidente da
província atendendo ao que requereu Joaquina Cordeiro de Jesus Rocha, resolve
nomear a professora para a cadeira do sexo feminino de Alagoinhas; ficando sem
efeito a portaria de 10 de julho findo que nomeou a peticionária professora da
cadeira de Água Brancavii.
Todavia, seu
período como professora de Alagoinha foi muito curto durou pouco mais de 01
anos, tendo falecido prematuramente aos 36 anos de idade e deixando 04 filhos
menores, dos quais encontrei o nome de três: Jerônimo Eusébio da Rocha Pereira,
Etelvina Cordeiro da Rocha Pereira e Alice Tecla da Rocha Pereira.
Quanto ao
professor Joaquim Pedro da Rocha Pereira (10/04/1840-Recife,27/03/1914viii) é importante fazer algumas
considerações. Exerceu o magistério público por mais de 30 anos, lecionando nos
seguintes lugares: Lagoa dos Gatos (1868); Colônia Isabel (1879); Catende
(1880); Bonito (1881); Cimbres (1882), Escada (1882), Afogados, Recife (1892);
Boa Vista, Recife (1894). Aposentando-se em 1898 como professor jubilado.
O professor
Joaquim tomou parte em várias entidades na capital pernambucana, nelas ocupando
funções diretivas, dentre as quais destaco: 1-Sócio efetivo do Instituto
Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP), dele fazendo parte
das comissões de admissão de sócios (1902/1903) e de fundos e orçamento
(1905/1906), sendo presidentes do Instituto nos períodos o desembargador
Adelino Antônio de Luna Freire e o Dr. João Batista Rigueira Costa,
respectivamente; 2-Conselheiro (1897), Presidente (1906 e 1909) e
Tesoureiro (1907) do Grêmio dos Professores Primários do Recife; 3-Vice-presidente
(1895) e Conselheiro (1900 e 1902) da Sociedade União Beneficente dos
Professores; 4-Sócio da Cooperativa dos Funcionários Públicos de
Pernambuco; 5-Jurado do conselho do júri da comarca do Recife;
6-Presidente da comissão examinadora da Instrução Pública municipal na
Freguesia das Graças no Recife (1899).
Também foi
sócio efetivo da Biblioteca Popular Pesqueirense, fundada em 01/01/1883, cuja
primeira diretoria foi a seguinte: Diretor: Cônego Francisco Peixoto Duarte;
Vice-diretor: Major Sátiro Ferreira Leite; 1º Secretário: Prof. Rufino Epifânio
Rodrigues dos Santos; 2º Secretário: Capitão Manoel Cordeiro de Carvalho;
Tesoureiro: José Martins Leitão; Orador: Prof. Franklin M. Martins;
Consultores: Carlos Frederico Xavier de Brito, André Bezerra do Rego Barros e
Antônio Armínio Gomes Coimbraix.
Ficando viúvo
da professora Joaquina Cordeiro casou novamente com Josefa Carolina da Rocha
Pereira, falecida em Olinda-PE dia 14/10/1934x e com ela teve os seguintes filhos:
1-Joaquim Pedro da Rocha Pereira Júnior, inspetor escolar; 2-Alfredo Erasmo da
Rocha Pereira, funcionário dos Correios; 3-Beatriz Augusta Pereira de Lucena,
professora estadual do Cabo; 4-Virgílio da Rocha Pereira; 5-Honorina Marieta da
Rocha Pereira; 6- Olinto da Rocha Pereira; 7- Afonso Henrique da Rocha Pereira,
falecido com apenas 07 anos 09/04/1902xi; e 8-Renato da Rocha Pereira.
Diante do
exposto neste artigo, pudemos esclarecer os questionamentos iniciais
descrevendo quem foi a finada professora e o seu esposo. Assim como, através
das pesquisas foi possível localizar muitos registros em jornais da capital
pernambucana como: Jornal do Recife, A Província e o Diário de Pernambuco, que
muito contribuíram como fontes históricas. No entanto, ao final deste fica uma
indagação:
Sendo que o
sepultamento foi feito no cemitério da vila, por que os restos mortais de
Joaquina Cordeiro de Jesus Pereira foi transladado para uma parede no sótão da
Matriz de Cimbres? Por
ora, o rabiscador destas linhas ainda não sabe, mais isso é o que apaixona na
pesquisa histórica, ter a dúvida e sempre procurar por respostas.
Por
Fábio Menino de Oliveira.
i Livro de óbitos da Matriz de Nossa
Senhora das Montanhas de Cimbres, período de maio de 1865 a fevereiro de 1899,
fls. 45, s/n de termo.
terça-feira, 14 de junho de 2016
A INAUGURAÇÃO DA PRAÇA DE IPANEMA EM 1975
Prefeito Valderique Tenório na aposição da fotografia de Joaquim de Carvalho Cavalcanti. |
A
praça Joaquim de Carvalho Cavalcanti, do povoado de Ipanema, Pesqueira/PE, foi
inaugurada em 21 de abril de 1975 pelo prefeito José Valderique Tenório
(31/01/1973 – 31/01/1977).
O HOMENAGEADO:
Joaquim
de Carvalho Cavalcanti era filho de Serafim José Cavalcanti e Luzia Bezerra
Cavalcanti. Foi proprietário da antiga Fazenda Barra que originou Ipanema, a
partir de meados de 1840, no entanto as informações são imprecisas se o mesmo tornou-se
dono da fazenda por compra ou herança.
Casou
na Matriz de Nossa Senhora das Montanhas de Cimbres em 26/11/1845 com Maria
Thereza de Jesus, filha de José de Carvalho Cavalcanti e Vitória de Moura
Cavalcanti de Albuquerque. Localizei o registro de 13 filhos do casal Joaquim de
Carvalho e Maria Thereza, dentre eles vale destacar: 1 - Leopoldo de Carvalho
Cavalcanti, casado com Francisca de Moura Cavalcanti e sucessor do pai no
comando da Fazenda Barra; 2 - Adelaide Theodulina de Carvalho, casada com o
coronel Honório Tenório de Carvalho Cavalcanti, da Fazenda Catolé; e, 3 - Sebastião
de Carvalho Cavalcanti, dono da Fazenda Ipueiras.
O
tenente-coronel Joaquim de Carvalho Cavalcanti exerceu vários cargos políticos
na Comarca de Cimbres, dentre eles o de Vereador em algumas legislaturas e
detinha patente da antiga Guarda Nacional.
Faleceu
em 04 de dezembro de 1882 e sua esposa Maria Thereza finou em 23 de março de
1892.
Da esquerda para a direita: Sérgio Brito (terno xadrez), Dr. Luizinho Galvão, D. Maria Edileusa, D. Leonie Tenório e Valderique Tenório. |
DENTRE AS PESSOAS PRESENTES NO EVENTO VALE
DESTACAR:
Luiz
Sérgio de Brito Cavalcanti (28/05/1942 – 01/11/2003), mais conhecido como Sérgio Brito, era filho de Sérgio de
Brito Cavalcanti e Maria Teodulina de Carvalho. Como político foi Vice-Prefeito
(1977 – 1983) e candidato a Prefeito (1982), perdendo a eleição para o médico pediatra
Evandro Mauro Maciel Chacon. Na vida empresarial exerceu diversos cargos em
fábricas pesqueirenses, dentre eles foi por muitos anos gerente da Cicanorte.
Foi um homem muito dedicado aos interesses da sua cidade e da sua querida
Ipanema.
Luiz
Américo Galvão Filho (01/01/1926 – 30/10/1983), mais conhecido como Dr. Luizinho Galvão, Bacharel pela
Faculdade de Direito do Recife (1951); Promotor Público nas cidades de Bodocó,
Poção, Pesqueira e Recife; Diretor do Departamento de Educação (1975); Entre
outras atividades foi fundador e Presidente da Associação Teatral de Pesqueira.
Era casado com Maria Edileusa de Carvalho Galvão (conhecida como Guiu), filha de Joaquim Leopoldo de Carvalho e
Maria Justa Tenório, neta paterna de
Leopoldo de Carvalho Cavalcanti e Francisca de Moura Cavalcanti, bisneta por Leopoldo, de Joaquim de
Carvalho Cavalcanti e Maria Thereza de Jesus.
José Valderique Tenório
(02/05/1935 – 03/09/2000). Natural do distrito de Mimoso foi um político de
muito destaque em Pesqueira exercendo os cargos de Vereador (1963/1969 – 1969/1973);
Prefeito (1973/1977); e Vice-Prefeito (1983/1988). Era casado com Leonie
Tenório de Brito, filha do ex-prefeito Manoel Tenório de Brito (Neco Tenório).
Vista ampla da inauguração da praça |
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A
bonita praça foi construída em formato da bandeira brasileira e houve a
aposição de uma placa em um púlpito homenageando Joaquim de Carvalho
Cavalcanti, tendo inclusive uma fotografia do patrono, que infelizmente não
mais se encontra no local.
Este
foi, sem dúvida, um grande acontecimento no povoado de Ipanema como é possível
observar nas fotografias deste artigo, onde tomaram parte no evento a comunidade
e diversas autoridades, constituindo-se num marco para a história de Ipanema.[1]
Por
Fábio Menino de Oliveira.
[1] Fragmentos retirados do livro BARRA: REMINISCÊNCIAS E NOTAS
PARA A HISTÓRIA DE IPANEMA, PESQUEIRA-PE (2016).
sexta-feira, 3 de junho de 2016
CANGACEIROS ATACARAM IPANEMA EM 1936
O ano
de 1936 registrou alguns fatos de agitação no povoado de Ipanema, Pesqueira-PE,
conforme noticiou o Diário de Pernambuco nos dias 07 e 09 de junho de 1936.
Ocorreu nessa época a passagem de um grupo de cangaceiros liderados por Virgínio,
cunhado do mais famoso dos cangaceiros do Nordeste, Virgulino Ferreira da Silva
“o Lampião”.Vejamos a narrativa dos fatos dada
pelo Diário de Pernambuco:
BANDIDOS
NO LUGAREJO IPANEMA. O COMANDANTE DE UMA DAS FORÇAS VOLANTES TELEGRAFA A
SECRETÁRIA DE SEGURANÇA. Ontem,
à noite, a Secretária de Segurança recebeu telegrama do comandante de uma
volante em Pesqueira. Informava que alguns bandidos passavam pelo lugarejo
denominado Ipanema. A volante saiu em seu encalço, travando ligeiro tiroteio.
Os cangaceiros, porém, fugiram em debandada. A polícia não sabe si se trata de
Lampião ou do grupo de Virgínio[1].
OS BANDIDOS
EM PESQUEIRA. UM TELEGRAMA DO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL. Recebemos ontem de Pesqueira o seguinte
telegrama: “PESQUEIRA, 7 – Confirmando meu telegrama publicado nesse jornal
sobre a passagem de um grupo de cangaceiros neste município, foi atacada,
ontem, a fazenda Catolé, distante apenas 15 quilômetros desta cidade. Foi
sequestrado pelos assaltantes o proprietário da mesma fazenda sr. Rogério
Brito, para cujo resgate exigiram três contos de réis. (a) Antônio Araújo,
presidente da Associação Comercial”.[2]
Na segunda notícia é possível
observar que o grupo de cangaceiros no dia 06 de junho sequestrou Rogério
Cavalcanti de Brito[3],
dono da Fazenda Catolé e exigiram a quantia de 3 contos de réis para
libertá-lo. O fazendeiro foi levado para o lugar Carrapateira, próximo a Boa
Sorte (Pedra/PE), para onde o seu filho Renato Tenório de Brito levou o
dinheiro e o resgatou.
Fazenda Catolé antes de ser deteriorada. Foto de Mariana Freitas. |
Consta também que estavam na lista
para que dessem dinheiro aos cangaceiros os fazendeiros de Ipanema, José
Leopoldo de Carvalho, Joaquim Leopoldo de Carvalho e José Marcos de Carvalho,
que por sorte escaparam.
Quanto ao tiroteio citado na
primeira notícia que teria ocorrido em Ipanema deve ter se dado na fuga dos
cangaceiros, todavia não localizei fontes que pudesse esclarecer ou enriquecer
com novos detalhes o fato mencionado.
O fato é que Ipanema vivenciou
também em sua história o cangaço que se alastrou por todo o Nordeste brasileiro
por algumas décadas no final do século XIX e início do XX e teve em Lampião, Corisco
e Antônio Silvino, seus principais expoentes.
Praça Joaquim de Carvalho Cavalcanti em Ipanema e a linda árvore com seus flamboyants floridos. Disponível em:http://atrativope.blogspot.com.br/2014/01/pesqueira-atrativos-naturais-e.html |
Por
Fábio Menino de Oliveira.
sexta-feira, 20 de maio de 2016
AOS LEITORES
NOTA:
Olá
amigos! É com muita felicidade que estou divulgando meu livro: Barra
– Reminiscências e notas para a história de Ipanema,
Pesqueira-PE. Os interessados em adquiri-lo poderão fazê-lo através
do site Clube dos Autores (acessem:
https://www.clubedeautores.com.br/book/208938--Barra__Reminiscencias_e_Notas_para_a_Historia_de_Ipanema)pelo
valor de R$ 45,00 mais o frete de R$ 10,14. Vale ressaltar, que em
determinadas datas o site oferece promoções e o comprador poderá
obter algum desconto. As formas de pagamento são boleto bancário e
cartão de crédito, sendo que o site é 100% seguro e a entrega é
feita dentro do prazo.
Todavia,
quem não desejar comprar pelo site pode entrar em contato comigo
pelo e-mail: fabiomenino2@gmail.com;
telefones: (87) 9 9147-1946 e (87) 9 8157-8936; whatsapp: (87) 9
9147-1946. Nesse caso, eu faço o pedido em meu nome e a pessoa me
repassa o valor fixo de R$ 55,00 pois, não tenho como prever se na
data em que vou pedir o livro ele estará com desconto.
Agradeço
a atenção e peço que compartilhem com seus amigos para que mais
pessoas possam tero privilégio de conhecer a História de Ipanema.
Atenciosamente,
Fábio Menino (Júnior).
terça-feira, 17 de maio de 2016
NOTÍCIAS SOBRE MIMOSO NO ANO DE 1919
Igreja de São Sebastião em Mimoso, s/d. Foto: cortesia de Sandra Tenório. |
Transcreverei
abaixo duas notícias publicadas no Diário de Pernambuco sobre a
formação de uma comissão organizadora para as festividades do
Natal a se realizarem no então povoado de Mimoso, Pesqueira-PE, no
ano de 1919.
*DP,
sábado, 13/12/1919, ano 95, nº 339, p. 5:
PESQUEIRA
7-12-919 – Os moradores do povoado de Mimoso, pretendendo comemorar
solenemente o dia de Natal, organizaram a seguinte comissão para
tratar dos festejos: Presidente, major André Tenório Cavalcanti;
vice-presidente, tenente Gervásio Cavalcanti de Brito; secretário,
capitão Luiz Antônio Gama; tesoureiro, capitão Enéas Pergentino
de Lima; fiscal, tenente Tito Tenório Cavalcanti; zeladores, tenente
Odilon Tenório Cavalcanti, tenente Amaro Xavier de Freitas; orador,
capitão David Peixoto de Lima; comissão de ornamentação –
exmas. dd. Maria de Oliveira Lima, Amália de Moura Cavalcanti, Maria
Emília Gama, Cecília Magalhães de Brito, Maria Antônia de
Freitas, Francisca Firme de Brito, Maria Clementina Peixoto, Silvina
Tenório de Albuquerque; senhoritas, Maria Tenório, Marieta, Izabel
Francisco dos Santos, Estefânia Francisca dos Santos, Maria Pereira
de Vasconcelos, Alzira Tenório de Brito e Olívia Umbuzeiro
Cavalcanti.
*DP,
sábado, 03/01/1920, ano 96, nº 02, p. 4:
PESQUEIRA 21-12-919 - [..]
Deverá ser festivamente comemorado na Vila de Mimoso o dia de Natal.
A comissão promotora das festividades, organizou um atraente
programa que constam passeata, danças e entretenimento populares. A
missa terá lugar à meia-noite.
Registro também que a missa na
noite de Natal acontece até os dias atuais, sendo uma tradição
quase centenária do distrito de Mimoso e, que possivelmente essa
festa religiosa tenha ocorrido na igreja de São Sebastião, pois
ainda não havia sido construída a igreja de Nossa Senhora da
Conceição.
Por
Fábio Menino de Oliveira.
sexta-feira, 13 de maio de 2016
ELEIÇÕES EM MIMOSO NO ANO DE 1930
O
primeiro registro por mim localizado sobre uma eleição realizada no
Distrito de Mimoso, Pesqueira-PE (criado pela Lei Municipal nº 142
de 30/11/1928) aconteceu nos dias 1º de março e 21 de abril de
1930.
Nesta
época, possivelmente, foi instalada a primeira secção eleitoral do
distrito, uma vez que, em período anterior a estas datas os
eleitores da região de Mimoso estavam listados na 7ª secção
eleitoral da Vila de Cimbres, conforme comprova uma Ata de Eleição
realizada em 31 de outubro de 1929 para preenchimento de uma vaga
para Senador Estadual e de outra para Deputado Estadual, onde constam
entre outros nomes: Major Luís Tenório de Albuquerque, Capitão
André Tenório Cavalcanti e Napoleão Tenório de Albuquerque.
As
duas Atas eleitorais dos pleitos de 1º de março e 21 de abril estão
transcritas nas primeiras 14 folhas do Livro de Casamentos B/01 (Jun.
1931/ Jun. 1954) do Cartório do Registro Civil de Mimoso que foi
instalado no início de 1930, pois, está registrado como local onde
se realizou a eleição.
Imagem da capa do Livro- B/01- Cartório de Mimoso. Fonte:https://familysearch.org |
O
distrito de Mimoso constituía a 10ª secção eleitoral do município
de Pesqueira que pertencia ao 3º distrito eleitoral do Estado de
Pernambuco e nela estavam inscritos 243 votantes. Sobre as duas
eleições é importante fazer os seguintes registros:
Em
1º de março era para eleger 05 Deputados Federais, 01 Senador
Federal (para a legislatura 1930/1932), Presidente e Vice-Presidente
da República (para o quadriênio 1930/1934). Compareceram 230
eleitores e foram votados em Mimoso os seguintes candidatos:
Deputados Federais - Dr. Antônio de Souto Filho, 184 votos;
Dr. Antônio Austregésilo Rodrigues Lima, 184; Dr. Eurico de Souza
Leão, 184; e Dr. Francisco Pessoa de Queiroz, 184. Senador
Federal – Dr. José Maria Belo, 230 votos; e Dr. José Henrique
Carneiro da Cunha, nenhum voto. Vice-Presidente – Dr. Vital
Henrique Batista Soares, 230 votos; e Dr. João Pessoa Cavalcanti de
Albuquerque, nenhum voto. Presidente da República – Dr.
Júlio Prestes de Albuquerque, 230 votos; e Dr. Getúlio Dornelles
Vargas, nenhum voto.
Dr. Júlio Prestes (Itapetininga, 15/03/1882 — São Paulo, 09/02/1946). Eleito Presidente do Brasil não tomou posse por causa da Revolução de 1930. |
Em
21 de abril foi realizada eleição para Governador de
Pernambuco e em Mimoso o candidato Dr. José Maria Belo recebeu 232
sufrágios dos votantes que compareceram ao pleito. Vale salientar,
que a Mesa eleitoral foi composta nas duas ocasiões por: Major Luís
Tenório de Albuquerque (Presidente), Capitão André Tenório
Cavalcanti (Mesário), Manoel Tenório de Brito (Mesário) e Napoleão
Tenório de Albuquerque (Secretário).
Major Luís Tenório (Presidente da 10ª secção eleitoral de Mimoso em 1930). |
Registra-se
neste artigo mais um dado para a história de Mimoso citando aquelas
que poderão ter sido as duas primeiras eleições realizadas no
lugar em secção eleitoral própria do novo distrito pesqueirense
recém-criado à época, conforme constam nas fontes documentais
pesquisadas e supracitadas.
Por
Fábio Menino de Oliveira
Referências
Livro
de Casamentos – B/01 (Jun. 1931/ Jun. 1954) do Cartório do
Registro Civil de Mimoso, Pesqueira-PE, fls 1 a 14.
Livro
de Casamentos – B/05 (Dez. 1928/ Fev. 1936) do Cartório do
Registro Civil da Vila de Cimbres, Pesqueira-PE, fls 1 a 5.
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