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domingo, 31 de janeiro de 2016

A FESTA DO TOMATE NAS FÁBRICAS PEIXE EM 1936

Governador Lima Cavalcanti (ao centro) tendo a sua direita o industrial Manoel de Brito colhendo o primeiro tomate da safra na Fazenda Propriedade. Foto: O Malho, 10/09/1936.


        Realizada pela quarta vez entre os dias 08 e 09 de agosto de 1936, a Festa do Tomate das Fábricas Peixe constituíam um acontecimento de rara repercussão social da época, por ocasião desta festa eram iniciadas as colheitas de tomate da firma Carlos de Britto e Cia, tendo a sua frente o industrial Manoel Caetano de Brito.
A comitiva que veio a convite das Fábricas Peixe era composta de mais de 300 pessoas e saíram do Recife em trem especial às 5:20 da manhã e chegaram à Pesqueira às 12:30 do dia 08 de agosto. Em outro trem foram visitar as plantações da Fazenda Propriedade, que foi um dos primeiros plantios da fábrica em 1925 e que estava arrendada parte de suas terras a PEIXE desde esta época, uma vez que pertencia a histórica fazenda ao Major Luís Tenório de Albuquerque e que só passaria definitivamente as mãos da indústria em 1942, após o falecimento do Major Tenório.

Propriedade fora fundada nos idos de 1853 ou 1854 por Luís Tenório de Albuquerque (Lulu), pai do Major, tendo sua esposa Joaquina Branca de Siqueira recebido terras como herança do seu pai Tenente-Coronel Francisco Cavalcanti de Albuquerque, antigo senhor da Fazenda Jerimum, vizinho a Propriedade. Vale ressaltar que nesta fazenda nasceu Sete Gerações da família Tenório e que hoje encontram-se radicados no distrito de Mimoso, em Pesqueira e em vários outros lugares.

Voltando a Festa do Tomate, é importante fazer o registro das autoridades que dela participaram: Carlos de Lima Cavalcanti (Governador de Pernambuco); Barcellos Fagundes (Secretário de Agricultura); Deputado Pe. Félix Barreto (Presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco); Arsênio Meira, Matheus Vaz, Persivo Cunha, Livino Pinheiro, Pe. Gonzaga de Lira, Lins e Silva, Melânio de Barros, Souto Filho, Ruy Bello e Antônio Fontes (Deputados Estaduais). Além destes, se fizeram presentes representantes dos comandantes da Região Militar e da Brigada Militar do Estado, banqueiros, industriais e jornalistas.

O Governador Lima Cavalcanti esteve em Propriedade (plantio de tomates com 120 hectares) e colheu o primeiro tomate da safra 1936. Ao ser abordado pela imprensa pernambucana no retorno à Recife, proferiu as seguintes palavras:

“-Como governador do meu estado, volto de Pesqueira satisfeito por ter atendido ao convite da tradicional família Brito.[…] Volto entusiasmado com o que vi. As plantações de tomate ultrapassaram mesmo a minha expectativa. Não as julgava tão extensas e obedecendo a métodos tão absolutamente e racionais de produção. [...]” (O MALHO, RJ, 10/09/1936, p. 33).

Notamos portanto, quão grande era o prestígio das Fábricas Peixe, uma das maiores indústrias do país com destaque econômico, social e histórico. A Peixe sempre soergueu e levantou aos mais altos patamares o nome da nossa querida e amada Pesqueira, prova disto eram a concorrência de autoridades de todas as esferas a prestigiarem as tradicionais Festa do Tomate, que se realizaram por muitos anos.


Por Fábio Menino de Olive

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

OS PRIMEIROS SEPULTAMENTOS DO CEMITÉRIO DE MIMOSO, PESQUEIRA-PE.

Foto: Álbum de Pesqueira, 1925, imagem 77.


O cemitério público de Mimoso foi construído na administração do prefeito major Cândido Cavalcanti de Britto (1923/1925) e inaugurado no dia 18 de outubro de 1925. Antes disso, os sepultamentos eram realizados no cemitério da Vila de Cimbres.
Pesquisando no Livro de Óbitos da Matriz de Cimbres no período de Fevereiro de 1912 a Agosto de 1945, localizei no mesmo os primeiros sepultamentos do novo cemitério, os quais transcrevo abaixo:

1º Umbelina de Albuquerque Araújo (18/12/1925):
“No dia dezoito de Dezembro do ano próximo (1925), em Mimoso desta Freguesia, falecera Umbelina de Albuquerque Araújo, com vinte e nove anos de idade, casada com Abílio de Tal e foi sepultada no Cemitério do Povoado de Mimoso. E para constar, mandei fazer este termo que assino. P. Emilio Silvech” [Registro nº 26, fls. 84 e 84v.].

2º Josepha Joaquina da Conceição (12/05/1926):
“No dia doze de Maio de mil novecentos e vinte seis, em Mimoso desta Freguesia, falecera Josepha Joaquina da Conceição, com quarenta e sete anos de idade, casada com Manoel de Siqueira Cavalcanti, e foi sepultada no Cemitério Público do Povoado de Mimoso. E para constar mandei fazer este termo que assino. Mons. Rocha” [Registro nº 58, fls. 88v. e 89].

3º Manoel Magalhães de Mello Manso (13/08/1926):
“No dia treze de Agosto de mil novecentos e vinte seis, em Mimoso desta Freguesia, falecera Manoel Magalhães de Mello Manso, com cinquenta e nove anos de idade, casado com Camilla da Silva Barros e foi sepultado no Cemitério Público do Povoado de Mimoso. E para constar mandei fazer este termo que assino. Mons. Rocha” [Registro nº 73, fls. 91].

4º Laurinda Joana de Araújo (28/08/1926):
“No dia vinte e oito de Agosto de mil novecentos e vinte seis, em Mimoso desta Freguesia, falecera Laurinda Joana de Araújo, com sessenta e quatro anos de idade, casada com Manoel Libério dos Santos, recebera os últimos sacramentos pelo Revm. Pe. João Felipe, da Freguesia de Pesqueira. E para constar mandei fazer este termo que assino. Mons. Rocha” [Registro nº 74, fls. 91].

5º Luiz (28/08/1926):
“Aos vinte e oito de Agosto de mil novecentos e vinte seis, em Mimoso desta Freguesia, falecera Luiz com quatro meses de idade, filho legitimo de Felix Marinho de Espíndola e Maria Daria de Espíndola e foi sepultado no Cemitério Público do Povoado de Mimoso. E para constar mandei fazer este termo que assino. Pe. Ignácio Maria Bruguere” [Registro nº 08, fls. 92v.].

6º Francisco Manoel dos Santos (04/02/1927):
“Aos quatro de Fevereiro de mil oitocentos vinte sete, em Mimoso desta Freguesia, falecera Francisco Manoel dos Santos, com sessenta e três anos de idade, casado com Joaquina Maria de Vasconcelos, e foi sepultado no Cemitério Público do Povoado de Mimoso. E para constar mandei fazer este termo que assino. Pe. Ignácio Maria Bruguere” [Registro nº 09, fls. 93].

7º Félix de Siqueira Cavalcanti (10/02/1927):
“Aos dez de Fevereiro de mil oitocentos vinte sete, no Sitio Jatobá desta Freguesia, falecera Félix de Siqueira Cavalcanti, com sessenta anos de idade, casado com Antônia Tenório Cavalcanti e foi sepultado no Cemitério Público do Povoado de Mimoso. E para constar mandei fazer este termo que assino. Pe. Ignácio Maria Bruguere” [Registro nº 10, fls. 93].

Certamente, esses devem ter sido os primeiros sepultamentos do cemitério de Mimoso, uma vez que na época não havia registros de óbitos em cartórios como ocorre atualmente, todos os assentamentos eram feitos nas igrejas, no caso da região de Mimoso se recorria a histórica Matriz de Nossa Senhora das Montanhas, na Vila de Cimbres.


Por Fábio Menino de Oliveira.


REFERÊNCIAS:

ÁLBUM DE PESQUEIRA, ESTADO DE PERNAMBUCO. Organizado na administração do coronel Cândido Cavalcanti de Britto, na gestão de 1923 a 1925.

BRASIL, PERNAMBUCO, Registros Igreja Católica, 1762-2002/Cimbres/Nossa Senhora das Montanhas, Óbitos, Fev. 1912-Ago. 1945. Fonte: https://familysearch.org.