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terça-feira, 14 de junho de 2016

A INAUGURAÇÃO DA PRAÇA DE IPANEMA EM 1975

Prefeito Valderique Tenório na aposição da fotografia
de Joaquim de Carvalho Cavalcanti.

A praça Joaquim de Carvalho Cavalcanti, do povoado de Ipanema, Pesqueira/PE, foi inaugurada em 21 de abril de 1975 pelo prefeito José Valderique Tenório (31/01/1973 – 31/01/1977).

O HOMENAGEADO:
Joaquim de Carvalho Cavalcanti era filho de Serafim José Cavalcanti e Luzia Bezerra Cavalcanti. Foi proprietário da antiga Fazenda Barra que originou Ipanema, a partir de meados de 1840, no entanto as informações são imprecisas se o mesmo tornou-se dono da fazenda por compra ou herança.
Casou na Matriz de Nossa Senhora das Montanhas de Cimbres em 26/11/1845 com Maria Thereza de Jesus, filha de José de Carvalho Cavalcanti e Vitória de Moura Cavalcanti de Albuquerque. Localizei o registro de 13 filhos do casal Joaquim de Carvalho e Maria Thereza, dentre eles vale destacar: 1 - Leopoldo de Carvalho Cavalcanti, casado com Francisca de Moura Cavalcanti e sucessor do pai no comando da Fazenda Barra; 2 - Adelaide Theodulina de Carvalho, casada com o coronel Honório Tenório de Carvalho Cavalcanti, da Fazenda Catolé; e, 3 - Sebastião de Carvalho Cavalcanti, dono da Fazenda Ipueiras.
O tenente-coronel Joaquim de Carvalho Cavalcanti exerceu vários cargos políticos na Comarca de Cimbres, dentre eles o de Vereador em algumas legislaturas e detinha patente da antiga Guarda Nacional.
Faleceu em 04 de dezembro de 1882 e sua esposa Maria Thereza finou em 23 de março de 1892.

Da esquerda para a direita: Sérgio Brito (terno xadrez),
Dr. Luizinho Galvão, D. Maria Edileusa, D. Leonie Tenório
e Valderique Tenório.
DENTRE AS PESSOAS PRESENTES NO EVENTO VALE DESTACAR:

Luiz Sérgio de Brito Cavalcanti (28/05/1942 – 01/11/2003), mais conhecido como Sérgio Brito, era filho de Sérgio de Brito Cavalcanti e Maria Teodulina de Carvalho. Como político foi Vice-Prefeito (1977 – 1983) e candidato a Prefeito (1982), perdendo a eleição para o médico pediatra Evandro Mauro Maciel Chacon. Na vida empresarial exerceu diversos cargos em fábricas pesqueirenses, dentre eles foi por muitos anos gerente da Cicanorte. Foi um homem muito dedicado aos interesses da sua cidade e da sua querida Ipanema.

Luiz Américo Galvão Filho (01/01/1926 – 30/10/1983), mais conhecido como Dr. Luizinho Galvão, Bacharel pela Faculdade de Direito do Recife (1951); Promotor Público nas cidades de Bodocó, Poção, Pesqueira e Recife; Diretor do Departamento de Educação (1975); Entre outras atividades foi fundador e Presidente da Associação Teatral de Pesqueira. Era casado com Maria Edileusa de Carvalho Galvão (conhecida como Guiu), filha de Joaquim Leopoldo de Carvalho e Maria Justa Tenório, neta paterna de Leopoldo de Carvalho Cavalcanti e Francisca de Moura Cavalcanti, bisneta por Leopoldo, de Joaquim de Carvalho Cavalcanti e Maria Thereza de Jesus.

José Valderique Tenório (02/05/1935 – 03/09/2000). Natural do distrito de Mimoso foi um político de muito destaque em Pesqueira exercendo os cargos de Vereador (1963/1969 – 1969/1973); Prefeito (1973/1977); e Vice-Prefeito (1983/1988). Era casado com Leonie Tenório de Brito, filha do ex-prefeito Manoel Tenório de Brito (Neco Tenório).

Vista ampla da inauguração da praça
CONSIDERAÇÕES FINAIS:

A bonita praça foi construída em formato da bandeira brasileira e houve a aposição de uma placa em um púlpito homenageando Joaquim de Carvalho Cavalcanti, tendo inclusive uma fotografia do patrono, que infelizmente não mais se encontra no local.

Este foi, sem dúvida, um grande acontecimento no povoado de Ipanema como é possível observar nas fotografias deste artigo, onde tomaram parte no evento a comunidade e diversas autoridades, constituindo-se num marco para a história de Ipanema.[1]

Por Fábio Menino de Oliveira.




[1] Fragmentos retirados do livro BARRA: REMINISCÊNCIAS E NOTAS PARA A HISTÓRIA DE IPANEMA, PESQUEIRA-PE (2016).

sexta-feira, 3 de junho de 2016

CANGACEIROS ATACARAM IPANEMA EM 1936

Fotografia de Ipanema, anterior a 2004 por ainda não ter o calçamento em frente a secular
 igrejinha do povoado.
Disponível em:http://atrativope.blogspot.com.br/2014/01/pesqueira-atrativos-naturais-e.html 
O ano de 1936 registrou alguns fatos de agitação no povoado de Ipanema, Pesqueira-PE, conforme noticiou o Diário de Pernambuco nos dias 07 e 09 de junho de 1936. Ocorreu nessa época a passagem de um grupo de cangaceiros liderados por Virgínio, cunhado do mais famoso dos cangaceiros do Nordeste, Virgulino Ferreira da Silva “o Lampião”.Vejamos a narrativa dos fatos dada pelo Diário de Pernambuco:

BANDIDOS NO LUGAREJO IPANEMA. O COMANDANTE DE UMA DAS FORÇAS VOLANTES TELEGRAFA A SECRETÁRIA DE SEGURANÇA. Ontem, à noite, a Secretária de Segurança recebeu telegrama do comandante de uma volante em Pesqueira. Informava que alguns bandidos passavam pelo lugarejo denominado Ipanema. A volante saiu em seu encalço, travando ligeiro tiroteio. Os cangaceiros, porém, fugiram em debandada. A polícia não sabe si se trata de Lampião ou do grupo de Virgínio[1].

OS BANDIDOS EM PESQUEIRA. UM TELEGRAMA DO PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL. Recebemos ontem de Pesqueira o seguinte telegrama: “PESQUEIRA, 7 – Confirmando meu telegrama publicado nesse jornal sobre a passagem de um grupo de cangaceiros neste município, foi atacada, ontem, a fazenda Catolé, distante apenas 15 quilômetros desta cidade. Foi sequestrado pelos assaltantes o proprietário da mesma fazenda sr. Rogério Brito, para cujo resgate exigiram três contos de réis. (a) Antônio Araújo, presidente da Associação Comercial”.[2]

Na segunda notícia é possível observar que o grupo de cangaceiros no dia 06 de junho sequestrou Rogério Cavalcanti de Brito[3], dono da Fazenda Catolé e exigiram a quantia de 3 contos de réis para libertá-lo. O fazendeiro foi levado para o lugar Carrapateira, próximo a Boa Sorte (Pedra/PE), para onde o seu filho Renato Tenório de Brito levou o dinheiro e o resgatou.
Fazenda Catolé antes de ser deteriorada. Foto de Mariana Freitas.
Consta também que estavam na lista para que dessem dinheiro aos cangaceiros os fazendeiros de Ipanema, José Leopoldo de Carvalho, Joaquim Leopoldo de Carvalho e José Marcos de Carvalho, que por sorte escaparam.
Quanto ao tiroteio citado na primeira notícia que teria ocorrido em Ipanema deve ter se dado na fuga dos cangaceiros, todavia não localizei fontes que pudesse esclarecer ou enriquecer com novos detalhes o fato mencionado.
O fato é que Ipanema vivenciou também em sua história o cangaço que se alastrou por todo o Nordeste brasileiro por algumas décadas no final do século XIX e início do XX e teve em Lampião, Corisco e Antônio Silvino, seus principais expoentes.
Praça Joaquim de Carvalho Cavalcanti em Ipanema e a linda árvore com seus flamboyants floridos.
Disponível em:http://atrativope.blogspot.com.br/2014/01/pesqueira-atrativos-naturais-e.html 

Por Fábio Menino de Oliveira.




[1] Diário de Pernambuco, domingo, 7 de junho de 1936, Ano 111, Nº 134, p. 3.

[2] Idem, terça-feira, 9 de junho de 1936, Ano 111, nº 135, p. 8.

[3] Sobre o sequestro de Rogério de Brito e o ataque de Virgínio à Fazenda Catolé trato de forma mais abrangente e detalhada no livro BARRA: REMINISCÊNCIAS E NOTAS PARA A HISTÓRIA DE IPANEMA, PESQUEIRA-PE (2016, p. 147-149)