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sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

AOS LEITORES



Um agradecimento especial a todas as pessoas que acessaram este blog durante esses seis meses que está ativo na internet, são 2.894 visualizações o que me deixa muito lisonjeado e satisfeito pelo trabalho de pesquisa que venho realizando. Obrigado a todos e 2016 será de muitas novidades.

Um fraternal abraço.

Att. Fábio Menino de Oliveira.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O DIA QUE A TERRA TREMEU EM PESQUEIRA-1923


 
Manchete do Jornal A NOITE de 02/10/1923.

             Esse tremor de terra em Pesqueira ocorreu em 1 de outubro de 1923 e foi destaque nos jornais da capital do país, que na época era o Rio de Janeiro. O jornal A NOITE de 02/10/1923 trazia a seguinte notícia sobre o fato ocorrido na cidade do interior pernambucano:

FOGO NO CÉU E TREMOR NA TERRA
Estranhos fenômenos sísmicos no interior de Pernambuco.
Hipóteses admitidas pelo diretor do Observatório Nacional.

            Publicamos ontem um despacho da estação de Pesqueira [1], no Estado de Pernambuco e dirigido à Diretoria de Meteorologia, comunicando-lhe que fora sentido às 11 horas e 20 minutos, um tremor de terra, precedido de forte clarão, acompanhado de vários estampidos. Hoje os telegramas de nossos correspondentes especiais, em diversas localidades do interior pernambucano, confirmam aquele despacho e demonstram que o fenômeno abrangeu uma vasta zona.
            No lugar da faixa começou a ser vista uma espécie de fumaça e, em seguida, ouviram-se três fortíssimos estampidos, acompanhados de outros menos fortes.
            A população da cidade ficou bastante alarmada, principalmente porque algumas pessoas sentiram o calor do fogo.
            Sabe-se aqui agora, que em Alagoa do Monteiro [2], distante trinta léguas a leste daqui, foi presenciado por muitas pessoas o estranho fenômeno.
            O Brasil tem fama de ser um país privilegiado, sem vulcões e sem terremotos, mas, por várias vezes, grandes arrepios tem abalado o seu ótimo solo como já se observou não há muito, no Espírito Santo, no Estado do Rio e São Paulo.
            Esses abalos sísmicos apenas produziram espanto, mas o que agora se registra começava a causar alarme, tornando-se, pois, necessário explica-lo, mediante os elementos que porventura possuía o Observatório Nacional. Quando procuramos o Dr. Morize [3], já o alarme havia chegado ao seu gabinete, através de angustiosos telefonemas, em que lhe eram pedidas informações sobre o que ocorrera, ou estava ocorrendo no Norte.
           
Uma nota do Observatório
            Em vista dessas perguntas telefônicas, o Dr. Morize redigiu para ser publicada a seguinte nota:
            ‘Tendo anunciado nos jornais de ontem, à tarde, (dia 1º), a produção de um terremoto de regular intensidade que se teria manifestado em Pesqueira nesse mesmo dia, houve repetidas perguntas telefônicas indagando se os sismógrafos haviam registrado aqui alguma perturbação. Examinando-se então, o traçado dos aparelhos de inscrição mecânica, sem interromper o seu funcionamento e nada se encontrou. O aparelho Milne Shaw, muito mais sensível, por ser de registro fotográfico, somente hoje, depois de reveladas as folhas e suficientemente secas, poderá ser consultado, depois de meio-dia, e confirmará ou não a chegada até este capital das ondas vindas de Pernambuco. Entretanto, o mesmo aparelho, na folha relativa ao intervalo de 29 a 30 de setembro, somente ontem examinada por ter sido domingo o dia 30, manifesta um movimento regular intensidade, cujas fases não são muito nitidamente reconhecíveis, o que impede que a distância calculada do epicentro seja segura, encontrando-se assim mesmo cerca de3.330 kms.
            Começou a 22h43m4s do dia 29, manifestando-se as ondas longas a 22h58m3s e terminando-se a 23h25m00, isto é, antes da meia-noite inicial do dia 30, e não pode, portanto se referir ao sismo ocorrido no Estado de Pernambuco no dia 1º’.
            [...]
Um meteorito?
            Diante dos telegramas, cujos textos lhe mostramos, o Dr. Morize formulou a seguinte hipótese:
            - Talvez fosse um meteorito poderoso que tivesse encontrado a terra, porque quando um fato desta natureza se produz, é habitualmente acompanhado pela produção de um facho de luz e de um ruído forte que acompanha a sua trajetória no meio da atmosfera. Se o meteorito é destinado a cair no lugar onde ele choca a terra, há a produção de um verdadeiro terremoto em escala pequena. Se a trajetória dele é muito rasante com a superfície da terra, tanto a luz como o ruído poderá ser sentido através de distâncias consideráveis. Às vezes, os observadores julgam que o meteorito caiu próximo, porém, ele apenas passou, continuando seu trajeto. Nesse caso não há terremoto.
            [...]
Os detalhes do fenômeno sísmico chegados da capital pernambucana
            RECIFE, 2 (Serviço especial de A NOITE, pelo cabo submarino) - Pela segunda vez de quatro meses em quatro meses, a esta parte observou-se ontem aqui, um abalo do solo, sendo que dá primeira, tendo o fenômeno sido sensível somente em Pesqueira, foi menor do que agora, embora tivesse caráter perfeitamente extraordinário.
            O fenômeno sísmico atingiu os municípios de Pesqueira, São Caetano, Antônio Olinto [4] e outras localidades. Ao tremor da terra procedeu um clarão alarmante, para, logo depois se ouvirem estrondos medonhos de intensidade indescritível.
            O tremor do solo durou 60 segundos e a população desta vastíssima região, que abrange grande parte do centro do Estado, tornou-se de pânico.
            O clarão e os estrondos foram tão grandes que se estenderam até os municípios de Pedra, São Bento, Buíque, Altinho e outros. Os habitantes da Região atingida pelo tremor de terra mostram-se aterrorizados.
            [...]

Estação meteorológica de Pesqueira, Pernambuco- Fotografia tirada por ocasião de uma visita, veem-se: 1- Dr. V. P. Cooke; 2- Manoel Paulino Cavalcanti; 3- Coronel Carlos Brito; 4- Dr. Paulo Netto dos Reis; 5- Eutíquio de Barros Correia; 6- Coronel Antônio Alves de Araújo; 7- Manoel Brito; e 8- Glicério de Almeida Maciel (O Malho, 1912, Ano XI, nº 512). 

           
            Considerações do Editor:

Diante do exposto nesse trecho da extensa reportagem publicada no periódico A NOITE está narrado todo o fato do tremor de terra em Pesqueira seguido de um forte clarão e vários estampidos ouvidos não só na cidade como em outros municípios da região. Outro ponto a ser destacado é a hipótese proposta pelo Dr. Henrique Charles Morize (Diretor do Observatório Nacional) que teria sido um meteorito que caiu e não um terremoto, conforme está destacado acima.
Dr. Henrique Charles Morize (Foto: site do Observatório Nacional).

            Vale salientar que outros jornais do Rio de Janeiro também citaram em notas curtas o que ocorreu em Pesqueira, como foi o caso de O PAIZ, O JORNAL, CORREIO DA MANHÃ e o DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO em suas edições de 02/10/1923, e que se constituíam em periódicos de muita expressão a nível federal, o que deixa claro a veracidade dos fatos.
            Esse foi um fato histórico pesqueirense de muita repercussão e que por mim era desconhecido, no entanto, este é o trabalho de quem pesquisa, buscar sempre novas fontes e trazer à tona acontecimentos que com o passar dos anos foram ficando esquecidos, todavia merecem ser divulgados para que sirvam de estímulo para outros que se interessam pela gloriosa história da nossa querida e amada Pesqueira.

Sr. Oswaldo Magalhães, encarregado da Estação Meteorológica de Pesqueira, Pernambuco, e pessoas de sua família (O Malho, 1922, Ano XXI, nº 1.016).


Por Fábio Menino de Oliveira.



             
            Notas:

1-       A estação meteorológica de Pesqueira era dirigida na década de 1920 por Oswaldo Magalhães;

2-       Alagoa do Monteiro é a atual cidade de Monteiro, estado da Paraíba;

3-       Henri Charles Morize ou Henrique Morize (Beaune- França, 31 de dezembro de 1860 — Rio de Janeiro, 19 de março de 1930) foi um engenheiro industrial, geógrafo e engenheiro civil francês, naturalizado brasileiro. Trabalhou também como astrônomo. Radicou-se no Brasil em 1874, tendo sido designado por Luiz Cruls para chefiar a turma que demarcou o vértice S.E. do Distrito Federal. Foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC) de 1916 a 1926 e diretor do Observatório Nacional (ON) entre 1908 e 1929. Era também Doutor em Ciências Físicas e Matemáticas e foi 2º Comissário da Comissão da República Argentina (1902-1904) do Ministério das Relações Exteriores;

4-       Antônio Olinto é a atual cidade de Tacaimbó, estado de Pernambuco.


Referências:

A NOITE, Rio de Janeiro, terça-feira, 2 de outubro de 1923, Ano XIII, nº 4.255, p.1.

CORREIO DA MANHÃ, Rio de Janeiro, terça-feira, 2 de outubro de 1923, Ano XXIII, nº 9.879, p.3.

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, Rio de Janeiro, terça-feira, 2 de outubro de 1923, p.66, Seção 1.

O MALHO, Rio de janeiro, julho de 1912, Ano XI, Nº 512, p. 9.

_________, Rio de Janeiro, 4 de março de 1922, Ano XXI, nº 1.016, p.27.

O JORNAL, Rio de Janeiro, terça-feira, 2 de outubro de 1923, Ano V, nº 1.452, p.2.

O PAIZ, Rio de Janeiro, terça-feira, 2 de outubro de 1923, Ano XL, nº 14.226, p.6.

sábado, 28 de novembro de 2015

NECO TENÓRIO CANDIDATO A DEPUTADO ESTADUAL

Foto deste blog.

Depois de exercer os mandatos de Vereador (1947/1951), Vice-Prefeito (1951/1955) e Prefeito (1955/1959), Manoel Tenório de Brito (Neco) já com sua liderança política consolidada no município candidatou a uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco em 1962 pela Frente Popular Democrática, coligação entre UDN e PSD para eleição proporcional de Deputados Federais e Estaduais.

O registro de sua candidatura em conjunto com os outros candidatos da FPD foi protocolado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/ PE) em 22/08/1962, onde ficou estabelecido que usaria o número 439 na sua campanha.

Vale registrar que além de Neco Tenório disputaram uma vaga de Deputado Estadual outros três filhos de Pesqueira: Luiz de Oliveira Neves (atual Prefeito e que se alternava com o líder do distrito de Mimoso no comando do município); Dr. Lívio Valença (nascido na Fazenda Beira-Mar em Pesqueira e radicado em São Bento do Una); e Apolinário Pessoa de Siqueira “Xinxa” (natural do distrito de Mimoso, em Pesqueira e radicado em Cabrobó, onde era conhecido como o “Rei da Cebola”, sobre o qual falarei em artigo posterior).

Além destes pleiteavam os sufrágios dos pesqueirenses outros cidadãos com ligação intima a “Atenas do Sertão” eram eles: Joaquim Galindo de Assis “Nino Galindo”, de Alagoinha; Luís Wilson de Sá Ferraz, de Arcoverde; e Salviano Machado Filho, de Bezerros.

O resultado da apuração nas urnas de Pesqueira do pleito realizado no domingo 07 de outubro de 1962 foi o seguinte:

Governador: João Cleofas de Oliveira (UDN/PR), 3.737 votos; Miguel Arraes de Alencar (PST), 1.357 (eleito com 264.499 sufrágios no total geral); Armando Monteiro Filho (PRT), 385.

Vice-Governador: Alcides Teixeira (PDC- independente), 1.959 votos; Manoel de Morais Rego (UDN- João Cleofas), 1.416; Paulo Guerra (PSD- Miguel Arraes), 1.046 (eleito com 234.350 sufrágios no total geral).

Senadores:  F. Pessoa de Queiroz (UDN), 3.616 votos; Jarbas Maranhão (PRT), 1.616; José Ermírio de Moraes (PTB); Antônio Novais Filho (UDN), 830; Alexandre Barbosa Lima Sobrinho (PSD), 448; Miguel Mendonça (PL), 242.

Deputados Federais mais votados: José Lamartine Távora (PTB nº117), 1.658 votos; Alfredo de Arruda Câmara (FPD nº 136), 1.191; José do Rego Barros Meira de Araújo (FPD nº 147), 274; Estácio Souto Maior (PTB nº 112), 262; Antônio de Andrade Lima Filho (PTB nº 104), 153; Aderval Torres de Araújo (FPD nº 134), 148; João Monteiro de Melo Filho (FPD nº 142), 146; Milvernes Cruz Lima (PTB nº 122), 140; Petronilo Santa Cruz de Oliveira (FPD nº 157), 109; José Carlos Estelita Guerra (FPD nº 143), 96.

Deputados Estaduais mais votados: Luiz de Oliveira Neves (PR nº 924), 2.267 votos; Salviano Machado Filho (FPD nº 452), 1.170; Lívio Valença (PR nº 929), 699; Manoel Tenório de Brito (FPD nº 439), 674; Apolinário Pessoa de Siqueira (PR nº 906), 341; Luís Wilson de Sá Ferraz (PST nº 585), 172; Joaquim Galindo de Assis (PDC nº 749), 127.

Com relação aos candidatos votados em Pesqueira faz-se mister registrar que foram eleitos pelo número de votos obtidos no total geral do pleito estadual os seguintes: Senadores- José Ermírio de Moraes (PTB), 239.789 votos e F. Pessoa de Queiroz (UDN), 202.494; Deputados Federais- Souto Maior (PTB), 27.511votos; Lamartine Távora (PTB), 26.880; Milvernes Lima (PTB), 23.773; Arruda Câmara (FPD), 20.705; José Meira (FPD), 18.289; José Carlos Guerra (FPD), 14.831; Deputados Estaduais- Machado Filho (FPD), 4.176 votos; Lívio Valença (PR), 3.430; Luiz Neves (PR), 3.404; e Apolinário Siqueira (PR), 3.008.

Voltando a Neco Tenório ele não conseguiu se eleger tendo recebido no computo geral 741 sufrágios, além dos 674 votos de Pesqueira teve 17 em Sertânia, 11 em Sanharó, 03 em Afogados da Ingazeira, sendo votado em outros municípios da região faltando identificar a localização específica, todavia é importante observar o quanto era influente politicamente não só a nível local.

No entanto, é importante mencionar que com a eleição de Luiz Neves encerra-se um jejum de 28 anos, pois desde 1934 onde foram eleitos Eliseu Elói Cavalcanti (faleceu em 1936 no decorrer do mandato) e Jurandir Cavalcanti de Brito (exerceu o mandato por um curto espaço de tempo tendo seu registro cassado pela justiça eleitoral) que Pesqueira não tinha um representante no Palácio Joaquim Nabuco.

Sem dúvida foi uma das eleições mais importantes para história de Pesqueira e dela tomou parte como protagonista Neco Tenório.

           
Por Fábio Menino de Oliveira.


Referências:

Diário de Pernambuco, quinta-feira, 23/08/1962, ano 137, nº 190, primeiro caderno, p. 3.
__________________, domingo, 07/10/1962, ano 137, nº 228, segundo caderno, p. 22.
__________________, quarta-feira, 17/10/1962, ano 137, nº 236, primeiro caderno, p. 10.

__________________, sexta-feira, 07/12/1962, ano 137, nº 278, primeiro caderno, p.5.

Netto Campelo, Manoel. História Parlamentar de Pernambuco. Reprodução fac-similar da ed. de 1923. Em apêndice: História Parlamentar de Pernambuco; subsídios para o estudo do período 1925/1979, organizado por Rosália Aguiar de Souto Maior. Recife, Assembleia Legislativa, 1979.

domingo, 22 de novembro de 2015

WALDERIQUE PREFEITO

Foto: Sandra Tenório

José Walderique Tenório nasceu no distrito de Mimoso em 02 de maio de 1935 e faleceu em Pesqueira no dia 03 de setembro de 2000 em decorrência de problemas cardíacos, era filho de Napoleão Tenório Filho e de Júlia Magalhães de Barros.
Iniciou na política através do seu tio e sogro Manoel Tenório de Brito (Neco Tenório), que nas décadas de 1950 a 1970 foi um dos grandes chefes da política pesqueirense.
Walderique elegeu-se Vereador pelo PSD no pleito de 16/08/1963, data em que Neco também foi escolhido para exercer o seu segundo mandato como Prefeito em uma das disputas eleitorais mais acirradas da história de Pesqueira, onde o velho líder do distrito de Mimoso venceu o bacharel Luiz Arcoverde por uma margem de apenas 93 votos.
No seu primeiro mandato na Câmara Municipal exerceu as funções de 1º Secretário, Presidente e Líder da Maioria. Reelegeu-se pela ARENA nas eleições de 1969, desta vez na oposição ao prefeito Luiz de Oliveira Neves, foi um dos mais combativos parlamentares no legislativo municipal.
Em razão da sua atuação parlamentar e de ser um orador destacado foi lançado candidato a prefeito em uma reunião no Diretório Municipal da Arena (início de agosto de 1972), que contou com as presenças do Secretário Assistente Fausto Freitas e do Deputado Estadual Lusmar Lócio (o mais votado em Pesqueira nas eleições de 1970). Na referida reunião foi definido que o partido lançaria candidato único dispensando o uso do artífice da sublegenda.
Pelo MDB e como candidato da situação foi lançado o Dr. Petronilo Rodrigues de Freitas que já fora Vereador (15/11/1955- 15/11/1959); Vice-Prefeito (15/11/1959-15/03/1963); e Prefeito por 07 meses (15/03 a 15/11/1963) em substituição a Luiz Neves que renunciou para assumir o mandato de Deputado Estadual (1963/1967).
A eleição foi realizada em 15 de novembro de 1972 e teve uma alta abstenção, onde 35% dos 17.500 eleitores inscritos não compareceram a votação. O resultado contabilizado nas 62 urnas apuradas (45 na cidade e 17 na área rural) foi o seguinte: Walderique Tenório (ARENA), 6.067 votos; Petronilo Rodrigues de Freitas (MDB), 4.798. Vale destacar que o candidato arenista venceu na cidade por uma margem de 375 votos e na área rural por 894 sufrágios de diferença para o candidato emedebista.
Walderique Tenório assumiu junto com seu Vice-Prefeito Genival Matias de Oliveira em 31 de janeiro de 1973, sendo o terceiro filho de Mimoso a exercer o cargo de Prefeito de Pesqueira e governou até 31 de janeiro de 1977, realizando uma administração muito eficiente e com muitas obras em todo o município, tendo como principal colaborador o secretário Fausto Freitas.
Vale destacar as seguintes ações: asfaltou o acesso rodoviário da cidade (Avenida Eraldo Gueiros); construiu o Terminal Rodoviário; promoveu a instalação da Central Telefônica de Pesqueira; captou a água do Bituri; fortaleceu o sistema educacional com o primeiro Colégio Estadual (o Cristo Rei); construiu Praças; calçou diversas ruas e edificou obras em todos os distritos.
Um fato a se destacar é que no período em que esteve à frente da prefeitura teve o apoio de Neco Tenório que exercia o cargo de Vereador e Presidente do Legislativo Municipal (1973/1977), ou seja, a administração pesqueirense esteve nas mãos de dois mimosenses simultaneamente.
Ao término do seu mandato lançou como candidato a prefeito às eleições de 15/11/1976 o Dr. Ivo Isidoro de Assis (ex-Juiz da Comarca de Pesqueira) que foi derrotado pelo líder em ascensão do distrito de Mutuca, Eutrópio Monteiro Leite.
O último cargo eletivo de Walderique foi o de Vice-Prefeito no primeiro mandato do médico pediatra Dr, Evandro Mauro Maciel Chacon (15/03/1983- 31/12/1988).
Assim se construiu a trajetória política deste mimosense que muito se destacou e contribuiu para o engrandecimento do seu torrão natal, continuando a tradição da família Tenório.


Por Fábio Menino de Oliveira.

REFERÊNCIAS:

AOUN, Geraldo Tenório. A Vila de Mimoso, município de Pesqueira. Recife-PE: Gráfica Editora Santa Cruz, 1986.
Diário de Pernambuco, ano 148, nº 189, quinta-feira, 10/08/1972, primeiro caderno, p.5.
__________________, ano 148, nº 282, domingo, 19/11/1972, primeiro caderno, p.11.







segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A PRIMEIRA ELEIÇÃO DE MANOEL TENÓRIO DE BRITO (NECO)

Neco Tenório, foto deste blog.

Sua primeira eleição foi como candidato a Vereador em 1935 pela Frente PESQUEIRA DOS PESQUEIRENSES apoiando como candidato a Prefeito Dorgival de Oliveira Galindo[1], chefe político do distrito de Alagoinha que na época pertencia a Pesqueira.

No pleito de 08 de outubro de 1935 votaram 5.015 eleitores distribuídos da seguinte maneira: Pesqueira (sede) possuía 09 seções eleitorais e nos distritos de Sanharó, Alagoinha, Poção, Salobro, Cimbres e Mimoso funcionaram outras 15 seções. Vale salientar que essa foi à primeira eleição com a promulgação da Constituição de 1934 e a volta do regime democrático interrompido com o Golpe de 1930.

Disputaram as eleições como candidatos a Prefeito: Dorgival Galindo (Pesqueira dos Pesqueirenses) apoiado pelo Deputado Estadual Joaquim de Brito e pelo Major Cândido de Brito, sócios da poderosa Fábrica Peixe; e Agostinho Bezerra Cavalcanti (PSD), que tinha como seu principal aliado o padre e Deputado Federal Arruda Câmara[2].

O distrito de Mimoso sediava a 24ª seção eleitoral e o resultado foi o seguinte: Para Prefeito: Dorgival Galindo, 155 votos; Agostinho Bezerra, 77 votos. Para Vereadores: Manoel Tenório de Brito (Pesqueira dos Pesqueirenses), 155 votos; Octávio Bezerra (PSD), 64; Manoel Isidoro de Assis (PSD), 09; José Tito C. Wanderley (PSD), 02; e Félix Alves Maciel (PSD), 01.

Nota-se que por essa época Neco Tenório já possuía a maioria dos votos de Mimoso e que isso seria fundamental para as suas eleições futuras e para ser Prefeito em duas ocasiões, no entanto esse é assunto para outros artigos.

Todavia esse resultado da eleição de Prefeito na urna de Mimoso viria a ser anulado uma vez que o padre Arruda Câmara apelou ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco alegando que durante o pleito presidente da urna receptora da 24ª seção suspendeu por alguns minutos a votação. O desembargador Nestor Diógenes da 2ª turma do TRE aceitou o pedido e determinou uma eleição suplementar que foi realizada em 21 de abril de 1936, algo que ocorreu também em outras três seções de Pesqueira.

Desse modo o resultado final da urna de Mimoso ficou sendo o seguinte: Para Prefeito: Dorgival Galindo, 133 votos; Agostinho Bezerra, 65 votos. Com relação aos votos de vereadores não disponho dos dados referentes dessa nova eleição.

O resultado geral do município de Pesqueira após as Eleições Suplementares de 21/04/1936 assim ficou:

Para Prefeito: Dorgival de Oliveira Galindo, 2.503 votos (eleito); Agostinho Bezerra Cavalcanti, 2.141 votos.

Para Vereadores: PESQUEIRA DOS PESQUEIRENSES: José Ferreira da Rocha (eleito), 605 votos; Austriclinio de Oliveira Galindo (eleito), 507; Antônio Ventura Caraciolo (eleito), 308; Antônio Ferreira Ventura (eleito), 308; Abílio Rodrigues de Freitas (eleito), 234; Manoel Tenório de Brito (1º suplente), 182; Aristides José Guimarães, 174; Josué Bezerra Leite, 60; Dr. Ilídio Correia de Oliveira, 31; Total de votos da legenda, 2.406.

PSD: Laurentino Ventura Caraciolo (eleito), 495 votos; Manoel Isidoro de Assis (eleito), 275; Epifãnio de Vasconcelos (eleito), 264; Gercino Rodrigues de Freitas (eleito), 255; Félix Alves Maciel (1º suplente), 237; Luiz Gonzaga Maciel, 197; Octávio Bezerra do Rego Barros, 162; José Tito C. Wanderley, 141; Joaquim Barbalho de Siqueira, 66; Total de votos da legenda, 2.092.

INTEGRALISMO: José Araújo Filho, 109 votos; José de Almeida Maciel, 26; Abílio Ferreira Maia, 13; Pedro Batista de Freitas, 10; Adalberto de Araújo Antonino, 09; Estanislau Bezerra Cavalcanti, 08; Rosalvo Alves Ramalho, 06; José Peixoto Sobrinho, 06; Total de votos da legenda, 187.

Dorgival de Oliveira Galindo, foto do Diário de Pernambuco edição nº 238 de 11/10/1935.


Dorgival de Oliveira Galindo assumiu a prefeitura em 16 de agosto de 1936, todavia não terminou o seu mandato sendo afastado pelo Estado Novo em 11 de dezembro de 1937. Foi substituído pelo seu adversário no pleito de 1935, Agostinho Bezerra Cavalcanti que foi Prefeito até 05 de agosto de 1939.


Por Fábio Menino de Oliveira



REFERÊNCIAS


Diário de Pernambuco, sexta-feira, 11/10/1935, ano 110, nº 238, p.8.
_________________, quinta feira, 21/11/1935, ano 110, nº 273, p. 5.
_________________, quinta-feira, 21/05/1936, ano 111, nº 119, p. 10.



[1] Dorgival Galindo era tenente do Exército, advogado, chefe político de Alagoinha, exerceu os cargos de Conselheiro Municipal de Pesqueira (1928-1930), Prefeito de Pesqueira (1936-1937) e foi Suplente de Deputado Estadual (1947-1951). Faleceu em 10/08/1960.

[2] Alfredo de Arruda Câmara. Nascimento: 08/12/1905 - Afogados da Ingazeira, PE; Profissões: Professor, Filósofo e Padre; Filiação: Júlio Bezerra de Arruda Câmara e Emília Magalhães; Legislaturas como Deputado Federal: 1934-1935, 1935-1937, 1946-1951, 1951-1955, 1955-1959, 1959-1963, 1963-1967 e 1967-1971; Filiações Partidárias: PSD, PDC e ARENA; Atividades Partidárias: Líder da Bancada do extinto Partido Social Democrático de Pernambuco, do qual foi um dos fundadores, Câmara dos Deputados, 1933-1935; Fundador do extinto Partido Democrata Cristão (P.D.C.), 1945; Líder do PDC na Câmara dos Deputados, 1951-1955, e Presidente do Diretório Central do PDC, 1951-1955; Atividades Profissionais e Cargos Públicos: Sacerdote, 07-04-1928; Pároco-Substituto na Piedade (Recife) e em Afogados da Ingazeira; Pároco de Pesqueira e Cura da Catedral, 1928; Professor de Latim e de História da Filosofia, Seminário de Olinda; Reitor, Seminário Menor de Pesqueira; Diretor e Vice-Presidente da Caixa Econômica Federal de Pernambuco, 1938-1946; Capelão, Hospital da 7° Região Militar de Recife; Presidente do I.P.C; Morreu no Rio de Janeiro, em 21 de fevereiro de 1970. Disponível em: www2.camara.leg.br/atividade.../Pernambuco-Arruda-Camara.pdf. Acesso em 15/11/2015.

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

REGISTRO DO MATRIMÔNIO DE POSSIDÔNIO TENÓRIO DE BRITO E SEBASTIANA CAVALCANTI DE BRITO EM 12/11/1930:

Possidônio Tenório de Brito, foto do livro: Da Vila de Mimoso para o mundo.


“Aos doze de Novembro de mil novecentos e trinta, em Mimoso desta Freguesia, perante as testemunhas José Tenório de Brito e Francisco de Moura Cavalcanti, assisti ao recebimento matrimonial de Possidônio Tenório de Brito e Sebastiana Cavalcanti de Brito; ele, solteiro, com vinte e cinco anos de idade, filho legítimo de Gervásio Cavalcanti e Josefa Tenório de Brito; ela, solteira, com dezoito anos de idade, filha legítima de Izidoro de Moura Cavalcanti e Benvinda de Brito Cavalcanti. Ambos naturais e moradores em Mimoso desta Freguesia. Para constar fiz este assento e assino. Vigário José Ribeiro Dias do Valle” [Livro de Matrimônios da Matriz de Nossa Senhora das Montanhas de Cimbres, Jan.1928- Fev.1949, fls.26 v., casamento nº 47].


Ascendência genealógica de Possidônio:


Nascido em 02 de dezembro de 1905 e falecido em 04 de dezembro de 1945 em consequência de um tiro que recebera um ano antes, cujo autor era chamado Cordeiro e também morava em Mimoso. O disparo foi efetuado à traição pelas 5 hs da manhã quando Possidônio dirigia-se para sua pequena propriedade afim de ver o seu gado.
Por ser um homem de personalidade, de estatura alta e pele muito branca tinha o apelido de Galo Branco. Ao falecer deixou cinco filhos órfãos nascidos e um no ventre de sua esposa que estava grávida, que viria a nascer em 10 de janeiro de 1946.

Pais: Gervásio Cavalcanti de Brito, da Fazenda Varzinha próxima a Ipanema, e de Josefa Tenório de Brito, que foram o tronco do mais numeroso grupo dos Tenório de Brito de Mimoso, pois tiveram 12 filhos: Napoleão, Gervásio, Odilon, Luiz, Esperidião, Manoel, José, Antônio, Possidônio, Margarida, Antônia e Maria Tenório de Brito;

Avós: Serafim Cavalcanti de Albuquerque Brito e Vitória de Moura Cavalcanti (pais de Gervásio); Luiz Tenório de Albuquerque e Joaquina Branca de Siqueira (pais de Josefa);

Bisavós: Luís Antônio Monteiro Cavalcanti e Maria Tenório de Albuquerque (pais de Luiz Tenório); Ten-Cel. Francisco Cavalcanti de Albuquerque e Joaquina de Siqueira Cavalcanti (pais de Joaquina Branca);

Trisavós: Joaquim Inácio de Siqueira e Maria José de Jesus Cavalcanti (pais de Joaquina de Siqueira, moça integrante do grupo de irmão chamado de os 20 de Pesqueira);

Tetravós: Mestre-de-campo Pantaleão de Siqueira Barbosa e Ana Leite de Oliveira (pais de Joaquim Inácio); Capitão Leonardo Bezerra Cavalcanti e Catarina Alexandrina Pessoa (pais de Maria José).


Ascendência genealógica de Sebastiana:

Sebastiana Tenório Cavalcanti, foto do livro: Da Vila de Mimoso para o mundo.

Nascida em 20 de janeiro de 1923 e falecida em 1984.

Pais: Izidoro de Moura Cavalcanti e Benvinda Rosa de Brito Cavalcanti;

Avós: Francisco de Moura Cavalcanti, conhecido por Chico Portela da Fazenda Jerimum, e Amália de Assis Cavalcanti (pais de Izidoro); José de Brito Cavalcanti e Ana de Carvalho Cavalcanti (pais de Benvinda);

Bisavós: Francisco Cavalcanti de Albuquerque Santos, conhecido como Capitão Santo de Moura da Fazenda Jerimum, e Maria de Siqueira Cavalcanti (pais de Francisco de Moura);

Trisavós: Ten-Cel. Francisco Cavalcanti de Albuquerque e Joaquina de Siqueira Cavalcanti (pais de Francisco Santos).


Descendência de Possidônio e Sebastiana:


  1. Aluiz Tenório de Brito (Pesqueira, 10/03/1933- Recife, 10/09/2014), Juiz de Direito, casado, com descendência, sobre ele tratarei em artigo posterior;
  2. Adail Tenório de Brito, casada, com descendentes;
  3. Amilton Tenório de Brito, comerciante, casado, com descendentes;
  4. Maria de Lourdes Tenório de Brito, funcionária da Secretária da Fazenda, casada com descendentes;
  5. Antenor Tenório de Brito, casado, com descendentes;
  6. Adeilton Possidônio Tenório de Brito, bacharel, funcionário público, escrito, solteiro, nasceu depois do falecimento do pai em 10/01/1946.


Este artigo é uma homenagem a um dos grandes benfeitores de Mimoso, o Dr. Aluiz Tenório de Brito, in memoriam de 01 ano do seu falecimento. Assim como a seu pai que dá nome a Fundação Possidônio Tenório de Brito, berço da preservação da cultura e da história da região, cuja biblioteca tem contribuído e muito para que possa continuar escrevendo meus textos. Minha gratidão.


Por Fábio Menino de Oliveira.


REFERÊNCIAS:

AOUN, Geraldo Tenório. A Vila de Mimoso: Pesqueira- PE tradições e costumes. Recife: Gráfica Editora Santa Cruz, 1986.


BRITO, Adeilton Tenório de. Da Vila de Mimoso para o mundo. Recife: Ed. Do Autor, 2007.

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

DESFILE CÍVICO EM MIMOSO- 14/09/2015.

O desfile realizado hoje a partir das 16 horas no distrito de Mimoso foi digno de aplausos por sua organização e presença da comunidade mimosense e dos sítios vizinhos, através da participação das escolas de Fazenda Rosário, Climério, Frexeira Velha, Canela de Ema, Serra da Cruz e Quilombolas Negros do Osso.

A festa da cidadania foi organizada pela Escola Intermediária Luiz Tenório de Albuquerque, onde através da sua gestora Roza Tenório Leite parabenizo todo o corpo docente e discente da referida escola, bem como das outras instituições educativas acima citadas.

Sendo este, um blog que busca o resgate histórico não se pode deixar de registrar um evento dessa magnitude e de tanta importância para Mimoso e Região. Abaixo algumas fotografias do evento:
























Vale ressaltar que estiveram presentes várias autoridades municipais. entre elas: Márcia de Oliveira Paes, Secretária de Educação que representou o Prefeito Evandro Chacon; Vereadores Sil Xukuru, Bal de Mimoso, Luca Peixoto, Naldo Paes, Tito França e Leni de Mimoso; O cacique Marcos Xukuru, além de outros secretários e diretores municipais.

Parabéns a todos e que este desfile possa se repetir por muitos e muitos anos, voltando a ser uma tradição local como outrora fora.

Por Fábio Menino de Oliveira.