Minha lista de blogs

sábado, 27 de junho de 2015

FAZENDA JERIMUM [Notas para sua história- 1ª Parte]



Sede e Entrada da Fazenda Jerimum  (Foto do blog: pesqueiralendáriaeeterna.com.br).

As origens:

A origem desta fazenda situada a aproximadamente cinco quilômetros de Mimoso, remonta ao século XIX provavelmente a partir de 1840, ao que consta pertencera ao Capitão Francisco Cavalcanti de Albuquerque Santos, foi ele antigo senhor das Fazendas Jerimum, Propriedade, além de outras terras, inclusive na periferia da cidade de Pesqueira, um adendo no artigo da Fazenda Propriedade eu disse que seu nome era Francisco de Siqueira Cavalcanti, no entanto nova fonte revelou que o seu sobrenome era na verdade Cavalcanti de Albuquerque Santos e com relação ao seu parentesco com o Capitão-mor Manuel José de Siqueira fundador da Fazenda Poço Pesqueira em 1800, nos resta esclarecido que Francisco era seu sobrinho neto, pois era filho do Tenente Coronel Francisco Cavalcanti de Albuquerque e de Joaquina de Siqueira Cavalcanti, sendo esta filha de Joaquim Inácio de Siqueira e de Maria de Jesus Cavalcanti. Joaquim era o 2º filho do Mestre de campo Pantaleão de Siqueira Barbosa, português estabelecido nos vales sertanejos do Jeritacó e do Moxotó e de sua esposa Ana Leite de Oliveira, cujo primeiro filho foi o Capitão- mor Manuel José de Siqueira. (A posteriori descreverei a árvore genealógica da família).

Sabe-se que o velho Capitão Chico Cavalcanti tinha a natureza violenta e arrebatada, consta que andou envolvido nas demandas e lutas com os índios Xucurus da Serra de Ororubá, para expulsá-los das fazendas de criação de outros fazendeiros. Era bastante influente na região, sendo eleito Conselheiro do primeiro Conselho Municipal de Pesqueira, quando este foi instalado após o advento da República em 1893.

Seu irmão o também Capitão Joaquim de Albuquerque Cavalcanti, da Fazenda Lagoa Direita em Pesqueira já havia sido o último presidente da Câmara de Cimbres antes da proclamação da República em 1889.

Sua filha Branca de Siqueira Cavalcanti (Yayá) casou com Luiz Tenório de Albuquerque (Lulu), que veio de Quebrângulo em Alagoas, sendo primo do Coronel Paulo Jacinto Tenório de Albuquerque, Barão de Palmeira dos Índios, segundo nos repassou Murilo Tenório de Freitas atual proprietário da Fazenda Jerimum, o mesmo era casado e deixou outra família em Quebrangulo, algo que precisa ser investigado e divulgado em linhas posteriores.

Desta união originam-se os “Tenórios de Mimoso”, vale ressaltar que na segunda metade do século XIX se espalharam alguns grupos de Tenórios na região, através de Santo Antônio do Tará, atual município de Venturosa vieram Luiz Tenório de Albuquerque que se estabeleceu na Fazenda Propriedade após casar e Bento Tenório Cavalcanti da Fazenda Jatobá (distrito de Mimoso), sendo primos. Teve o grupo da Fazenda Gentio, também no atual município de Venturosa, ao qual pertencem o Coronel Honório Tenório de Carvalho Cavalcanti (Fazenda Catolé) e seus irmãos João, Lourenço e Antônio (Yoyô) Tenório de Carvalho (Fazenda Jerimun), todos se tornaram fazendeiros fortes na região e também eram primos de Lulu Tenório.

Provavelmente após o falecimento do Capitão Chico Cavalcanti, o sucedeu no comando do Jerimum seu filho Capitão Santo de Moura Cavalcanti, que por sua vez a repassou para seu filho Francisco de Moura Cavalcanti, mais conhecido com Chico Portela.

Consta que Chico Portela tinha uma filha chamada Maria Alice Assis Cavalcanti que se casou com Antônio Tenório de Carvalho (Yoyô Tenório) da Fazenda Gentio, em Venturosa, em meados da década de 30 e recebera uma parte do Jerimum como herança, sendo, portanto a velha fazenda dividida. Na parte de Yoyô o mesmo construiu uma casa nos idos da década de 40 e lá se estabeleceu um parêntese à parte de Yoyô é onde hoje se encontra encravado o Povoado Novo Cajueiro e sua casa foi reformada e transformada em escola da nova povoação.


 Residência de Yoyô Tenório e de Maria Alice, atual Escola do Povoado Novo Cajueiro (Foto do blog: pesqueiralendáriaeeterna.com.br).


A partir da década de 40, Yoyô adquiri a parte do seu sogro Chico Portela ficando como único dono da Fazenda Jerimum, mas a mesma voltaria a ser dividida antes da sua morte.

Antônio Tenório de Carvalho (Yoyô):


Nascimento: 05 de junho de 1876, Fazenda Joazeiro (município e estado ainda não identificado. Falecimento: 06 de novembro de 1971, Pedra-PE. 
Pais: João Tenório de Albuquerque Cavalcanti (Janjão) e Ana Vitória de Moura Cavalcanti (Mãe Naninha). 
Esposa: Maria Alice Assis Cavalcanti. 
Filhos: Joana Tenório de Freitas (Joaninha), Ana Tenório de Freitas (Minininha), Adelaide Tenório de Freitas, Antônio Tenório de Assis (Tenorinho), Maria Adelaide Tenório de Assis (Adê), Maria Amália Assis Tenório e Maria Celeste Assis Tenório. 
Irmãos: Honório Tenório de Carvalho Cavalcanti, João Tenório de Carvalho e Lourenço Tenório de Carvalho.


Maria Alice Assis Cavalcanti:


Nascimento: aproximadamente em 1897. Falecimento: 13 de dezembro de 1949, Recife-PE. 
Pais: Francisco de Moura Cavalcanti (Chico Portela) e sua esposa que desconheço o nome. 
Esposo: Antônio Tenório de Carvalho (Yoyô).

Os pais de Yoyô Tenório:

João Tenório de Albuquerque Cavalcanti (Janjão)

Nascido em 1832 e falecido em 1910. 
Filho de: Lourenço da Silva Cavalcanti e Luiza Tenório Cavalcanti. 
Esposa: Ana Vitória de Moura Cavalcanti. 
Filhos: Honório Tenório de Carvalho Cavalcanti, João Tenório de Carvalho, Lourenço Tenório de Carvalho e Antônio Tenório de Carvalho (Yoyô).


Ana Vitória de Moura Cavalcanti (Mãe Naninha)

Nascida em 1832 e falecido em 9 de setembro de 1913. 
Esposo: João Tenório de Albuquerque Cavalcanti (Janjão).




O ano de 1949:

Segundo o relato de Murilo Tenório de Freitas, após o casamento de seus pais Noé Rodrigues de Freitas (1920-1980) e Maria Amália de Assis Tenório (1920-1970) que depois de casada passou a usar o sobrenome Tenório de Freitas, que era filha de Yoyô Tenório os mesmos foram morar em Recife.
Foto do casamento de Noé e Maria Amália (Foto do blog: pesqueiralendáriaeeterna.com.br).


Provavelmente no ano de 1948, o casal se estabeleceu na Fazenda Jerimum e em 1949, Noé construiu uma casa no lugar da antiga sede, casa que existe atualmente. Amália recebeu parte da Fazenda por herança de sua mãe falecida em 1949, juntamente com sua irmã Maria Celeste e os outros irmãos ficaram com a herança da Fazenda Gentio, em Venturosa.


 Sede da Fazenda Jerimum construída em 1949 (Foto do blog: pesqueiralendáriaeeterna.com.br).

A seguir Noé compra a parte de Maria Celeste e do seu esposo Hercílio, unificando a parte mais antiga da fazenda, sendo que simultaneamente a partir de 1950 passa a existir as Fazendas Jerimum I pertencente a Noé e Maria Amália e Jerimum II pertencente à Yoyô Tenório e sua nova esposa Josefa, pois ficara viúvo e contraiu novo matrimônio.
Depois de alguns anos Yoyô vendeu a Jerimum II a Plínio Honório, que repassou para seu filho Geraldo Plínio, este vendeu a Valdeci Tenório, que vendeu a Valdemar de Brito, que por sua vez vendeu à Prefeitura de Pesqueira para a instalação do Povoado de Novo Cajueiro.

 Povoado de Novo Cajueiro edificado nas terras da centenária Fazenda Jerimum (Foto do blog: pesqueiralendáriaeeterna.com.br).


Noé Rodrigues de Freitas:

Do seu casamento com Maria Amália deixou os seguintes filhos em ordem cronológica: Jorge Tenório de Freitas, Antônio Tenório de Freitas, Murilo Tenório de Freitas, Valderi Tenório de Freitas e Maria Assunção Tenório de Freitas. Ficando viúvo em 1970 casou em 2ª núpcias com Ivonete Nicácio de Freitas e com ela teve duas filhas: Noemi e Jaqueline Nicácio de Freitas.

Com o seu falecimento em 1980 a fazenda passou para as mãos do seu filho Murilo que permanece seu proprietário, sendo assim a Fazenda Jerimum continua na mesma família há 6 gerações.


A ascendência materna de Murilo Tenório de Freitas:

Pais: Noé Rodrigues de Freitas e Maria Amália Tenório de Freitas;

Avôs maternos: Antônio Tenório de Carvalho (Yoyô) e Maria Alice Assis Cavalcanti.

Bisavôs maternos: Yoyô filho de- João Tenório de Albuquerque Cavalcanti e Ana Vitória de Moura Cavalcanti;
Maria Alice filha de- Francisco de Moura Cavalcanti (Chico Portela) e sua esposa que desconheço o nome.

Trisavôs maternos: João filho de- Lourenço da Silva Cavalcanti e Luiza Tenório Cavalcanti;
Ana Vitória filha de- Semeão Correia Lima Cavalcanti e Vitória Moura Bezerra Cavalcanti;
Francisco filho de- Santo de Moura Cavalcanti e sua esposa que desconheço o nome.

Tetravôs maternos: Santo filho de- Francisco de Albuquerque Cavalcanti Santos e sua esposa que desconheço o nome.

Quinto avôs maternos: Francisco filho de- Tenente Coronel Francisco Cavalcanti de Albuquerque e Joaquina de Siqueira Cavalcanti.

Sexto avôs maternos: Joaquina filha de- Joaquim Inácio de Siqueira e Maria de Jesus Cavalcanti.

Sétimo avôs maternos: Joaquim segundo filho de- Pantaleão de Siqueira Barbosa e Ana Leite de Oliveira (pais do Capitão-mor Manuel José de Siqueira, fundador de Pesqueira em 1800);
Maria de Jesus filha do- Capitão Leonardo Bezerra Cavalcanti e Catarina Alexandrina Pessoa (Pais de Úrsula Jerônima Cavalcanti de Albuquerque, esposa do Capitão André Arcoverde da outrora Fazenda Barra, atual povoado de Ipanema).

Oitavo avôs maternos: Pantaleão filho de- Antônio de Siqueira e Izabel de Souza Vasconcelos;
Ana Leite filha de- Belchior Rodrigues de Abreu (fidalgo português) e Maria Madalena da Rocha;
Cap. Leonardo filho do- Capitão-mor Manuel Leite da Silva (fundador da cidade da Pedra, vereador e presidente do Senado da Câmara de Cimbres quando foi instalado em 1762) e Maria de Araújo Cavalcanti de Albuquerque;
Catarina Alexandrina filha de- Manuel Camelo Pessoa de Sá e Luiza Lins da Rocha Wanderley.

Nono avôs maternos: Capitão-mor Manuel filho de- Bento Leite de Oliveira (fidalgo português radicado em Sergipe e depois Alagoas) e Ascença da Silva Cavalcanti (esta, descendente em linha reta dos europeus Arnau de Holanda e Filipe Cavalcanti, nobres pioneiros da colonização de Pernambuco, nos idos da Donataria de Duarte Coelho);
Maria de Araújo filha de- Manuel de Araújo Cavalcanti e Brásia Bezerra Cavalcanti de Albuquerque.

Pela descrição genealógica acima se percebe que o atual proprietário da Fazenda Jerimum é descendente direto dos primeiros desbravadores da região da Serra do Ororubá (Vila de Cimbres), de Ipanema, Mimoso, Pesqueira, Pedra, Venturosa e o Moxotó. Para citar um exemplo, o irmão do seu sétimo avô era o Capitão-mor Manuel José de Siqueira, fundador da fazenda que originou Pesqueira.  
Sua descendência em linha reta nos revela, portanto o quanto histórica é Fazenda Jerimum e o quanto de história tem o Sr. Murilo Tenório de Freitas, como um dos únicos remanescentes da família a possuir terras na região assim como seus antepassados.


Por Fábio Menino de Oliveira.


REFERÊNCIAS:

BARBALHO. Nelson. Cablocos do Urubá. Recife: FIAM/CEHM, 1977.

ENTREVISTA: Murilo Tenório de Freitas.


2 comentários:

  1. A informação sobre os parentes de Ana Vitória de Moura Cavalcanti e errada, ela e filha de Francisco Cavalcanti de Albuquerque Santos e Maria de Siqueira Cavalcanti (veja o registro de casamento do 26/09/1856.
    Atenciosamente,
    Guy Spillebeen, Bélgica, pesquisando os Tenorio de Brito, Albuquerque Cavalcanti de Mimoso

    ResponderExcluir
  2. Olá, você tem alguma confirmacao documental de que a Ascença da Silva Cavalcanti é descendente do Arnau de Holanda? Trecho:

    "Capitão-mor Manuel filho de- Bento Leite de Oliveira (fidalgo português radicado em Sergipe e depois Alagoas) e Ascença da Silva Cavalcanti (esta, descendente em linha reta dos europeus Arnau de Holanda e Filipe Cavalcanti, nobres pioneiros da colonização de Pernambuco, nos idos da Donataria de Duarte Coelho);"
    Obrigada

    ResponderExcluir