domingo, 6 de abril de 2025

DR. CARLITO: PEDIATRA DE ALMA, MÉDICO DO POVO

 

Dr. Carlito Didier Pitta

Em meio às belezas naturais da cidade de Pesqueira encravada no sopé da Serra do Ororubá, viveu um homem cuja vocação ultrapassava a medicina. Dr. Carlito Didier Pitta não foi apenas um pediatra — foi um guardião da infância, um amigo das famílias humildes e um símbolo de cuidado verdadeiro, fazendo da medicina muito mais que vocação, mas um verdadeiro sacerdócio.

Família 

Carlito Didier Pitta nasceu na residência dos seus pais, o coronel José Pitta (Pesqueira/PE, 24/01/1892 – Recife/PE, 03/02/1966) e de Marieta Didier Pitta (Pesqueira/PE, 16/11/1894 – 07/08/1995), localizada na Rua Duque de Caxias, Pesqueira/PE, às 17 horas do dia 1º de março de 1914. Eles haviam casado civilmente em Pesqueira no dia 20 de abril de 1913.

O industrial e gerente da Fábrica Rosa, Cel. José Pitta e sua esposa
D. Marieta Didier Pitta

De acordo com o pesquisador Marcelo Nascimento é possível que Carlito tenha vindo ao mundo num dos sobrados coloniais construídos pelo capitão-mor Manuel José de Siqueira e que a partir de 1919 foi transformado por D. José Lopes no Palácio Episcopal e que fora a vivenda de José e Marieta antes de se mudarem para a Praça D. José Lopes, nº 102, local que é conhecido até os dias atuais como a “Casa de Marieta Pitta”, cuja fachada e arquitetura belíssima permanecem preservadas pelo comerciante José Mauro Barros, a quem saudamos pela louvável iniciativa.

No sobrado ao centro vemos um casal na varanda que segundo o Pe. Eduardo
Valença tratava-se de José e Marieta Pitta que ali residiram antes de virar
Palácio Episcopal e onde teria nascido o menino Carlito.

Dito isto, transcrevo a seguir um resumo da ascendência genealógica de Dr. Carlito: Neto paterno do português Francisco José Pita e de D. Joana de Araújo Pita. Neto materno do comendador José do Rego Maciel Didier (Brejo da Madre de Deus/PE, 19/03/1862 – Pesqueira/PE, 23/01/1942) e de Maria Alfina Didier “Dona Maroca” (Brejo da Madre de Deus/PE, 09/11/1859 – Pesqueira/PE, 29/12/1961).

Comendador José Didier e sua esposa D. Maria Alfina Didier 

Bisneto pelo comendador José Didier do coronel Didier do Rego Maciel (Brejo da Madre de Deus/PE, 01/04/1838 – Pesqueira/PE, 15/05/1936) e de D. Guilhermina Benvinda de Albuquerque “D. Vidinha” (Brejo da Madre de Deus/PE, 24/06/1836 – Pesqueira/PE, 21/02/1909). Bisneto por Maria Alfina do Major Firmino de Oliveira Melo e de D. Josefa Cândida de Melo.

Do casal José e Marieta Pitta nasceram cinco filhos: 1) Carlito Didier Pitta, solteiro; 2) Humberto Didier Pitta (Pesqueira/PE, 20/10/1915), casado com Maria Ivone Marinho Falcão Pitta (Brejo da Madre de Deus/PE, 1º/05/1923 – Recife/PE, 11/05/1983), pais de Carmem Dolores, Ana Elisabete, Maria Teresa, Maria Cristina, José Heráclio, Antônio Carlos e Humberto Falcão Pitta; 3) Hilda Didier Pitta Marinho (Pesqueira/PE, 22/12/1916), casada com o Dr. João Arruda Marinho dos Santos (Brejo da Madre de Deus/PE, 22/09/1908), prefeito de Pesqueira, deputado estadual e secretário de estado, pais de Antônio Paulo, Lúcia, José Augusto, Carlos Alberto e Francisco Luís Pitta Marinho; 4) Irene Didier Pitta Pontual (Pesqueira/PE, 21/03/1921), casada com o Dr. Silvio Amorim Pontual (Recife/PE, 06/01/1917 – 04/01/2011) , pais de Marcelo, Regina, Helena, Virgínia, Aline Maria, Dulce e Eduardo Pita Pontual; e 5) Fernando Didier Pitta (Pesqueira/PE, 12/04/1925 – Recife/PE, 11/04/2003), casado com Terezinha de Jesus Cavalcanti Pitta (Pesqueira/PE, 23/02/1927 – 30/12/2014), sem sucessão.

Segundo o historiador Luís Wilson (1980), o nome familiar Didier teve origem após a fundação da Fábrica de Doces Rosa em 1906, quando os irmãos comendador José Didier e Antônio do Rego Maciel Didier “Tonhé” passaram a usar o nome do pai como sobrenome para homenageá-lo. Surgindo a partir daí uma das famílias mais tradicionais pesqueirenses.

Formação

     Cursou o ensino primário e secundário como aluno externo no Colégio Diocesano Cardeal Arcoverde entre os anos de 1920 a 1928 que ficava localizado no sobrado ao lado da Câmara de Vereadores e que se mudara em 1928 para o palacete de seu tio avô Tonhé Didier, onde atualmente é a prefeitura municipal. Foram seus professores o Dr. Eduardo Correia da Silva, Monsenhor José Landim, Pe. Adalberto Dobbere, José Francisco dos Santos, Mariano de Souza Neto,  Pe. Urbano de Sá Carvalho, Pe. Antônio Duarte Cavalcanti e Monsenhor João Pires Araújo. Foi contemporâneo no antigo colégio que deu origem ao Colégio Cristo Rei dos celebres Luís Wilson, Wilson Chacon, Jurandir Brito, Moacir Brito, Ésio Araújo, Othon Almeida, Frederico Maciel, entres outros. Além do irmão Humberto e dos primos Walter, Milton e André, filhos de Praxedes Didier.

Colégio Diocesano Cardeal Arcoverde

        Terminado os estudos na sua cidade passa a residir em Recife em 1929 ingressando no tradicional e histórico Ginásio Pernambuco, localizado na Rua da Aurora no bairro de Santo Amaro, fundado em 1825 e que atualmente é a mais antiga instituição de ensino em atividade no país.

Ingressou em 1934 na histórica Faculdade de Medicina do Recife, fundada em 4 de abril de 1915, cujo prédio localizado no bairro do Derby foi construído em 1927 e que à época do seu ingresso era dirigida pelo Prof. Dr. Otávio de Freitas, uma das figuras mais proeminentes da medicina pernambucana. 

Não logramos êxito em localizar a data da sua formatura, devendo ter sido entre 1939 e 1940. Todavia, sabemos que escolheu como especialização a pediatria que mais do que uma vocação tornou-se seu sacerdócio de vida. 

De acordo com Luís Wilson (1980) depois de formado foi trabalhar na cidade de Tupã, no estado de São Paulo, o que deve ter ocorrido no inicio da década de 1940, pois foi nomeado em 27 de novembro de 1944 pelo Interventor Fernando Sousa Costa como prefeito interino de Tupã por 34 dias em substituição ao prefeito licenciado Walter Montanha Peixoto da Silva, o que demonstra que já gozava da confiança da sociedade desta cidade paulista.

Vida Profissional

 De volta a sua terra natal assume como médico do Serviço Público Estadual em 1º de junho de 1945. Ao longo da sua vida profissional prestou relevantes serviços a medicina pernambucana e pesqueirense sendo nomeado para atuar nas seguintes funções: Médico Assistente de Clínica Médica no Hospital Regional de Pesqueira (15/06/1946); Médico de Dispensário (01/061947); Médico Higienista (1957 – 1963); Médico Pediatra Auxiliar (01/02/1964); e Médico Pediatra Assistente (07/01/1970).

Dr. Carlito está no centro da foto de paletó cinza com a mão direita no bolso,
quanto a seu pai José Pitta é o penúltimo à direita.

Exerceu a função de Tesoureiro da Sociedade de Medicina de Pesqueira, fundada para organizar o III Congresso Médico Estadual, promovido pela Sociedade de Medicina de Pernambuco, realizado em Pesqueira entre 20 e 22 de dezembro de 1951. Compunham a diretoria o Dr. Lídio Paraíba (presidente) e o Dr. Arlindo Carneiro (secretário).

Coordenou a II Semana de Medicina Preventiva realizada em Pesqueira no mês de outubro de 1957 em parceria com o Departamento Nacional de Endemias Rurais sendo feita uma campanha contra as endemias da bouba, tracoma e helmintose. Como ações dessa iniciativa podemos citar a transformação do Posto de Endemias Rurais em Posto Polivalente, foram visitadas 7.889 habitações no município sendo recenseadas 25.560 pessoas, das quais foram medicadas 1.553 que estavam doentes e vacinadas 1.378.

Como especialização participou de vários congressos cabendo destacar o Curso Nestlé de Atualização em Pediatria, realizado em Recife no dia 04/06/1957 e que contou com a participação de 50 pediatras de vários estados do nordeste sob a coordenação do Prof. Dr. Álvaro Serra de Castro, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Tendo participado novamente do mesmo curso desta vez em Brasília/DF entre os dias 18 a 24 de setembro de 1966.

Por todo esse trabalho de dedicação e abnegação foi agraciado com o Diploma da Ordem do Ororubá em solenidade realizada no auditório da Rádio Jornal de Pesqueira no dia 6 de junho de 1971. Esta comenda foi dada pela Associação dos Antigos Alunos do Cristo Rei (AAACR) que na oportunidade homenageou outras 13 personalidades com relevantes serviços prestados a sociedade pesqueirense.

Posto de Puericultura: o sacerdócio e o legado

Pelo que já fora exposto nas linhas anteriores já merecia todas as homenagens e o reconhecimento a este grande pesqueirense. Todavia, Dr. Carlito Didier Pitta foi além como médico humanitário e combatente da mortalidade infantil. Em 1950 fundou a Liga de Proteção à Maternidade e à Infância de Pesqueira da qual foi seu presidente por toda a vida.

Após fundar a liga começou as tratativas com o prefeito de Pesqueira Ésio Magalhães Araújo (1948 – 1951) sobre o desejo de construir um Posto de Puericultura para proporcionar assistência social à infância e à maternidade no que concerne a acompanhar o pré-natal das gestantes e o desenvolvimento das crianças com orientação sobre alimentação, higiene e preparo físico.

Posto de Puericultura no processo final de construção em 1951

O prefeito Ésio Araújo abraçou a ideia e como gesto destinou a quantia de Cr$ 24.000,00 (vinte e quatro mil cruzeiros) dos seus próprios vencimentos para que a manutenção inicial do posto. Também conseguiu junto ao Governo do Estado através do Secretário de Saúde Dr. Orlando Parahym e do Serviço Nacional de Proteção à Maternidade e à Infância o financiamento de Cr$ 200.000,00 (duzentos mil cruzeiros) para a construção do prédio. Igualmente somaram-se aos esforços o bispo D. Adelmo Machado e a Sociedade Leão XIII que doou Cr$ 15.000,00 (quinze mil cruzeiros).

A obra do tipo “A” foi iniciada em fins de 1950 com instalações amplas contendo consultório, ambulatório, farmácia, copa, lactário, cantina, almoxarifado, depósito, sala de espera, sala de pesagem, tesouraria, secretaria e serviço dentário. O local escolhido foi o bairro da Pitanga em pleno desenvolvimento populacional e que abrigava, sobretudo, famílias de operários e trabalhadores rurais, ou seja, uma comunidade carente e necessitada de assistência social.

O funcionamento do Posto de Puericultura começa em 1º de agosto de 1952 e dele Dr. Carlito tornou-se diretor e benemérito até a sua morte, numa dedicação e abnegação única, tanto é que notas publicadas no Diário de Pernambuco nas décadas de 1950 e 1960 fazem questão de mencionar que o pediatra de alma e médico do povo pesqueirense custeava as despesas do posto com recursos próprios evitando o seu fechamento.

Sobre as dificuldades financeiras para manutenção do posto faz-se míster ouvir as palavras do Dr. Carlito na Coluna de Pesqueira escrita por Luiz Neves para o Diário de Pernambuco em 20/01/1958:

“Ao findar-se o exercício de 1956, foi constatado um saldo de Cr$ 74.463,40, que passou para o exercício de 1957. Esse saldo, uma decorrência de auxílios recebidos naquele exercício, nos permitiu a atravessar o ano passado, sem falar no auxilio de Cr$ 60.000,00 recebido do Departamento Estadual da Criança. Sucede, todavia, que a população necessitada dos serviços do Posto, aumenta de ano para ano; enquanto isso, os auxílios que recebemos do Estado e da Prefeitura não foram pagos um só mês no ano de 1957. Sem nenhuma causa que justifique isto, foram sustadas tais contribuições mensais, ou sejam, da Prefeitura, dois mil cruzeiros, e da LBA a mesma quantia. Mesmo assim, fazendo acrobacias, pudemos levar avante, milagrosamente, sem que o serviço assistencial do Posto, sofresse solução de continuidade. Quanto ao milagre a que me refiro, resume-se simplesmente nisto: os dois médicos do Posto, ganham, apenas, mensalmente, Cr$ 500,00, o que não dá nem pra pagar a gasolina do automóvel para os conduzir até ali, diariamente, e as gratificações que percebem os quatro esforçados funcionários são tão irrisórias que não vale a pena citar. Ao todo são seis funcionários. Pois bem: a despesa desse pessoal em 1957 foi de apenas Cr$ 32.150,00! Por aí você pode tirar o resto!”

        Vê-se o desabafo de alguém que lutou incansavelmente para que o Posto de Puericultura se mantivesse firme e em funcionamento atendendo a população mais carente do município. Um adendo é que o mesmo passou a se chamar Posto de Puericultura Ésio Araújo a partir de 26/02/1955 numa justa homenagem ao ex-prefeito recém falecido.

No antigo Posto de Puericultura funciona atualmente a Associação Comunitária Cristo Rei.
Foto: Marcelo Nascimento

            Sobre as ações sociais desenvolvidas no Posto de Puericultura no atendimento à população cabe destacar as seguintes: Distribuição de leite gratuito para as crianças; Higiene pré-natal e infantil; Lactário e Cantina para nutrição de gestantes e lactantes; Serviço de refeição as crianças assistidas pelo posto; Escola de Arte Culinária; Escola de Corte e Costura; Escola de Arte Decorativa e Escola Mista Noturna de Alfabetização de Adultos.

            Nota-se que o trabalho de Dr. Carlito à frente do Posto de Puericultura não cuidava apenas da saúde, mas havia uma preocupação com a educação pelos cursos ofertados. Prova disso é que o mesmo frequentava e desenvolvia ações nas escolas do município distribuindo exemplares de cartazes sobre a alimentação infantil.

            Numa iniciativa pioneira, defendia que a alimentação deveria fazer parte do programa de ensino de todas as escolas. Em artigo da colunista Zenaide Barbosa (Diário de Pernambuco, 11/09/1971) o médico pesqueirense diz que: “Poderá não haver dinheiro para a compra dos alimentos, porém ficará a noção certa de como deverão se alimentar”. E conclui falando: “Sou de opinião que todo movimento na comunidade deve começar na escola e, assim, melhorar as condições de vida do próximo, pois este é meu lema, na qualidade de médico e pessoa humana”.

          Como se pode notar em suas palavras foi um homem a frente do seu tempo e por merecimento recebeu como homenagem póstuma dar o nome a instituição de ensino que fora construída em 1994 e cujo funcionamento começou em 21 de setembro de 1995 na gestão do prefeito e também pediatra Dr. Evandro Mauro Maciel Chacon, outro grande exemplo de atenção, cuidado e dedicação com as crianças e o povo pesqueirense.

            O Centro de Atenção Integral à Criança – CAIC construído para prestar assistência integral em educação e saúde às crianças e adolescentes, bandeiras de uma vida de luta, recebeu o nome de Espaço Educacional Dr. Carlito Didier Pitta para dizer do orgulho que as comunidades da Pitanga e da Central, e porque não dizer de toda a sociedade pesqueirense devotavam aquele que foi como já disse anteriormente o pediatra de alma e o médico do povo.

Espaço Educação Dr. Carlito Didier Pitta - CAIC, inaugurado em 1995

Morte

 Dr. Carlito faleceu no Hospital Dr. Lídio Paraíba em Pesqueira, às 4h35 do dia 19 de março de 1979. Sua partida ainda prematura podemos assim dizer, porque tinha apenas 65 anos de idade foi sentida por toda Pesqueira e no estado de Pernambuco tendo sido aprovado na Assembleia Legislativa em 21/03/1979 um voto de pesar proposto pelo Deputado José Fernandes.

Seu Posto de Puericultura que depois de sua morte recebeu seu nome, assim como a principal avenida do bairro da Pitanga, na verdade, era um espaço de esperança. Seu consultório, um templo de empatia. Sua vida, um exemplo de humanidade vivida no dia a dia, sem alarde, com humildade.

Dr. Carlito foi daqueles que curam muito além do corpo. Seu legado permanece no carinho de quem o conheceu, na memória dos que ele cuidou e na inspiração que deixou para a medicina feita com alma e coração.

Pesqueira nunca o esquecerá, porque há médicos que passam pela vida — e há aqueles que permanecem nela, como parte da própria história de um povo.


 Por Fábio Menino de Oliveira


Referências Bibliográficas

Álbum da Administração de Ésio Magalhães Araújo, 1948-1951. Recife, Oficina Tipográfica do Diário da Manhã, 1951.

A Província – edição de 05/12/1929.

Correio Paulistano – edição de 25/11/1944.

Diário da Manhã – edição de 13/12/1934.

Diário de Pernambuco – edições de 15/06/1946; 04/05/1950; 12/08/1950; 01/11/1950; 21/11/1951; 13/05/1952; 28/08/1952; 06/04/1955; 04/02/1956; 21/02/1956; 25/09/1957; 24/01/1958; 29/01/1958; 06/03/1958; 08/07/1959; 03/09/1968; 14/05/1969; 19/03/1970; 26/05/1971; 02/06/1971; 11/09/1971; e 19/04/1980.

Diário Oficial do Estado de Pernambuco – edições de 27/04/1945; 15/06/1946; 02/08/1952; 08/07/1959; 07/09/1961; 1º/02/1964; 05/11/1965; 28/07/1966; 15/03/1967; 07/01/1970; 24/09/1971; e 22/03/1979.

Pesqueira Histórica –  A família Didier de Pesqueira e os fundadores da Fábrica Rosa | Ph045

WILSON, Luís. Ararobá Lendária e Eterna. CEPE/Pref. de Pesqueira. Recife: 1980, p. 52.

            

           Agradecimento

Ao amigo Marcelo Nascimento do Pesqueira Histórica pela colaboração nas fotografias.