Foto de 1913 ou 1914, do livro: Ararobá, Lendária e Eterna de Luís Wilson (1980). |
O
triênio 1833-1836 registra a fase de decadência da Vila de Cimbres
como sede municipal, visto que a partir da primeira década do século
XIX começam a surgir diversos fatos que culminariam com a
transferência para a Povoação de Pesqueira. Vejamos:
Em
1811, com a instalação da Ouvidoria nos termos os juízes togados
que eram obrigados a permanecerem na vila passaram a residir no Brejo
da Madre de Deus devido ao acesso mais fácil, a seguir transfere-se
também a representação do Senado da Câmara. No ano de 1814, o
ouvidor Dr. Antônio Joaquim Coutinho, consegue instituir a
Alternativa da povoação do Brejo, dividindo os poderes com a Vila
de Cimbres. Esta divisão de poder perduraria até 1833, quando foram
criadas diversas Comarcas na Província de Pernambuco e Cimbres ficou
reduzida a Termo da Comarca do Brejo.
Não
obstante a tais acontecimentos, a Câmara Municipal de Cimbres em
sessão de 11 de julho de 1834, oficiava ao presidente da província
de Pernambuco Dr. Francisco de Paula de Almeida e Albuquerque uma
representação solicitando a transferência para a Fazenda
Pesqueira. O governo provincial devolveu o ofício recomendando que a
Câmara Municipal encaminha-se o referido para o Conselho Geral da
Província, órgão competente para deferir ou não o pedido de
transferência.
Na
sessão de 11 de outubro de 1834, a Câmara aprova o envio de ofício
ao Conselho Geral da Província no sentido de conseguir o intento
pleiteado. A situação da Vila de Cimbres se agravou em janeiro de
1835 quando uma epidemia de varíola dizimou boa parte da sua
população deixando-a quase deserta, a situação beirava o caos.
Em
um Relatório publicado no jornal Gazeta Universal, de 7 de
março de 1836, v. 1, n. 28, p. 3-4, que tratava sobre a
transferência da Vila de Cimbres para a povoação de Pesqueira está
exposta toda a situação, enumerando diversas razões para que se
processe tal mudança, entre elas podemos destacar: a dificuldade de
acesso a Cimbres (estando situada no cume da serra denominada
Ororubá); estradas com muitas ladeiras e pedras que dificultam o
trânsito público e o comércio; casas antigas; e a falta de uma
feira. Bem como enaltecia todas as qualidades da moderna povoação
de Pesqueira.
Houve
apelos de moradores da Vila de Cimbres para que não se procedesse a
transferência conforme registrou a Gazeta Universal, de
07/03/1836, v.1, n. 28, p.1. Todavia, após apelos, defesas de ambos
os lados e de uma disputa política de dois anos, a promulgação da
Lei n. 20, de 13 de maio de 1836, deslocou definitivamente a sede de
Cimbres para Pesqueira.
Registrando assim um paradoxo, uma vez que, Pesqueira torna-se sede municipal em 13 de maio de 1836, vindo a ser emancipada muitos anos depois em 20 de abril de 1880 (Lei Provincial nº 1.484) continuando a ser município de Cimbres. A nomenclatura só viria a ser mudada mais alguns anos depois, em 1913, quando Pesqueira torna-se não só a sede como também o nome do município.
Registrando assim um paradoxo, uma vez que, Pesqueira torna-se sede municipal em 13 de maio de 1836, vindo a ser emancipada muitos anos depois em 20 de abril de 1880 (Lei Provincial nº 1.484) continuando a ser município de Cimbres. A nomenclatura só viria a ser mudada mais alguns anos depois, em 1913, quando Pesqueira torna-se não só a sede como também o nome do município.
Por
fim, é importante reiterar que em 20 de abril se celebra o
aniversário de emancipação política de Pesqueira, no entanto, o
13 de maio registra sua emancipação como sede administrativa do
município de Cimbres.
Por Fábio Menino de Oliveira*.
*ARTIGO PUBLICADO NO INFORMATIVO DO INSTITUTO
HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DE PESQUEIRA (IHGP), Nº 0, ABRIL DE 2016.
muito enaltecedora sua página prof. Fábio, desta forma o Sr. nos coloca a par da história de nossa cidade e resgata o passado e a história da terra que nos serviu de berço e cidadela para os nossos sonhos e brincadeiras de infância; pena que o patrimônio de nossa cidade, que deveriaser objeto de preservação dos administradores de nossa cidade, esteja sendo colocado a baixo sob o mando das picaretas e da insania de plíticos imediatistas que estão pouco se licando para o bem estar e o pasado de nossa cidade, agrediram a paraça D josé lopes e atualmente a praça de frente a minha antiga casa, a Getúlio Vargas, está sendo alvo da depredação e do escarnio, perpretados com certeza por políticos macomnados com interesses e objetivos impublicáveis!
ResponderExcluirObrigado meu caro Marcílio pelo comentário e assim como você estou muito preocupado com os destinos que estão dando ao patrimônio da nossa querida Pesqueira. Cordiais saudações, do editor deste blog.
ExcluirAmigo Fábio, vc estar e parabéns por desenvolver um trabalho tão profícuo para a história de nossa cidade de Pesqueira; eu apesar de estar fora da cidade há muitos anos tenho acompanhado o quê se escreve sobre esta linda cidade na qual tive a ventura de nascer; escrevo também alguma coisa sobre o assunto embora seja com um viés mais romântico e as vezes com certo toque ficcional. Caso tenha interesse estou passando meu endereço de face book.
Excluirmarcilioeinstein@hotmail.com